quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - QUINTA-FEIRA, 9 DE FEVEREIRO DE 2017

SCARCELA JORGE








COMENTÁRIO­
Scarcela Jorge.

BRASIL CAMPEÃO DA CORRUPÇÃO.
Nobres:
Chegamos a triste conclusão para nossa sociedade ética que ser ladrão é o maior mérito que o político brasileiro ostenta e salientamos ser desse contingente está a “caminho do céu”. Bem diferente da imagem do exterior, por padrão, a Organização Não-Governamental (ONG) Transparência Internacional acaba de divulgar o Índice de Corrupção Global onde revela que o Brasil segue entre os países com maior percepção de corrupção em todo o mundo. Entre os 176 países avaliados pelo estudo em 2016, o Brasil ficou com a 79a colocação, ou seja, caiu sete posições em relação ao índice apurado no ano anterior no ranking que leva em consideração a percepção que a população tem sobre a corrupção entre servidores públicos e políticos. A matemática do estudo é simples: quanto melhor um país está situado no ranking, menor é a percepção da corrupção por seus cidadãos, de forma que na pontuação que vai de 0 a 100 estará melhor avaliado o país que ficar mais próximo da nota máxima. Como o Brasil atingiu pontuação 40, acabou no mesmo grupo de países como Belarus, China e Índia, nações onde a percepção de corrupção no poder público e na política também é muito elevada, ficando abaixo da média global que tem índice de 43 pontos, o que coloca o Brasil numa situação de corrupção endêmica. Na comparação com os países com menor percepção de corrupção no setor público, a situação do Brasil é vexatória: o índice atribuiu 40 pontos ao país, enquanto Dinamarca e Nova Zelândia, melhores classificadas no ranking da Transparência Internacional, somaram 90 pontos. O seleto grupo de cinco países com menor índice de corrupção no planeta é completado com a Finlândia, que somou 89 pontos, Suécia, que aparece com 88 pontos e Suíça, que somou 86 pontos. Embora nenhum país esteja livre de corrupção, os países mais bem avaliados no ranking compartilham características de governo aberto, liberdade de imprensa, liberdades civis e sistemas judiciais independentes, transparência de gestão e organismos de controle eficientes para fiscalizar os gastos de recursos públicos. Ainda assim, com 40 pontos e localizado na 79a posição o Brasil está muito melhor que a Somália, que somou apenas 10 pontos no ranking da Transparência Internacional e aparece como o país mais corrupto do mundo pelo décimo ano consecutivo. O fato é que o contribuinte da Somália não recolhe mais de R$ 2 trilhões em impostos, como ocorre com o brasileiro. Ainda que nenhum país se aproxime de uma pontuação perfeita no Índice de Percepção de Corrupção de 2016, cabe enfatizar que os 90 pontos conquistados por Dinamarca e Nova Zelândia deixam essas nações em posição de destaque perante o resto do planeta, revelando que quando o Estado atua em consonância com os princípios da administração pública, sobretudo da publicidade, da moralidade, da probidade e da transparência, a sociedade passa a desfrutar de países menos corruptos. Por outro lado, o estudo revela a conexão entre corrupção e desigualdade social, deixando claro que elas se alimentam uma das outra para criar um círculo vicioso entre a corrupção, a distribuição desigual do poder na sociedade e a distribuição desigual da riqueza entre a população, a ponto de quanto maior for o índice de corrupção de uma nação maior também será a concentração de riqueza em mãos de castas de poderosos ou amigos do poder. Nesse cenário, as pessoas são privadas de suas necessidades mais básicas e milhões de pessoas acordam todos os dias sem saber se conseguirão fazer ao menos uma refeição. No Brasil, a corrupção parece endêmica a ponto de custar R$ 85 bilhões por ano aos contribuintes, dinheiro suficiente para tirar 16 milhões de pessoas da miséria; para construir 1,5 milhão de casas populares e acabar com o déficit habitacional; para pagar 34 milhões de diárias de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) nos melhores hospitais do país; para garantir o pagamento de 17 milhões de sessões de quimioterapia; para construir 241 quilômetros de linhas de metrô e para construir 36 mil quilômetros de rodovias. A corrupção é hoje o maior câncer da máquina pública brasileira e precisa ser extirpada para que o país possa crescer de forma sustentável, mesmo porque estudos recentes apontam que 25% dos casos de corrupção com o dinheiro público estão concentrados nas prefeituras e Câmaras Municipais, enquanto os governos estaduais e Assembleias Legislativas respondem por 24% dos registros de corrupção e a maior parte desse câncer está enraizado no governo federal, nos ministérios, na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, que respondem por 51% da roubalheira com o dinheiro público. É um quadro desolador.
Antônio Scarcela Jorge.

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