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'TEMOS UM PROBLEMA', DIZ MAIA SOBRE CONTRAPARTIDAS PARA AJUDA A ESTADOS.
Governo defende que obrigações de ajuste nos estados estejam explícitas em projeto sobre renegociação das dívidas; presidente da Câmara acha 'difícil' aprovar texto com esse formato.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta terça-feira
(21) que o debate sobre a presença de contrapartidas no projeto de ajuda aos
estados em crise fiscal é um “problema” que precisa ser resolvido.
O Palácio do Planalto deve enviar nesta terça ao Congresso uma proposta
definindo que o estado que firmar um acordo de recuperação fiscal com o governo
federal será beneficiado com a suspensão por 36 meses do pagamento das dívidas
com a União.
Mas, para isso, terá que assumir o compromisso de adotar rigorosas
medidas de saneamento das finanças estaduais, como o veto à concessão de
qualquer vantagem ou aumento salarial a servidores e a suspensão da realização
de concursos públicos.
O conflito se dá na forma como as contrapartidas serão estabelecidas. O
governo defende que essas exigências estejam explícitas no texto que será
analisado pelo Congresso. Maia discorda e defende que as contrapartidas sejam
definidas em um segundo momento, caso a caso.
“Temos um problema. O governo federal entende que, sem aquelas
contrapartidas aprovadas em projeto de lei complementar, o governo federal não
tem condição de assinar nenhum tipo de acordo de recuperação fiscal com nenhum
estado”, disse.
Maia disse que tentou convencer o governo de que é mais fácil aprovar o
texto sem as contrapartidas, deixando um artigo na lei que daria ao presidente
Michel Temer o poder de decidir as contrapartidas estado por estado.
O
argumento, segundo ele, não foi acatado pela Advocacia Geral da União. No fim
do ano passado, a Câmara aprovou uma proposta do governo para tentar recuperar
as finanças dos estados, que suspendia o pagamento das dívidas em troca de
medidas de ajuste, mas as contrapartidas exigidas dos governos estaduais foram
retiradas do texto pelos deputados.
Na avaliação de Maia, se o ambiente na Casa não tiver mudado, é difícil
que um novo texto com contrapartidas explícitas seja aprovado. “Se o ambiente
do ano passado continuar neste ano, a gente sabe que é difícil (aprovar), não
adianta a gente negar”, afirmou.
Fonte: G1 – DF.
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