'REDE NÃO SEGUIRÁ INDICAÇÃO' DO PSB EM ALIANÇA COM ALCKMIN.
Candidata à vice na chapa de Eduardo Campos fala em independência de
seus aliados em São Paulo.
SÃO PAULO - A ex-senadora Marina
Silva e candidata a vice na chapa de Eduardo Campos divulgou nota neste sábado
contra a decisão do diretório de São Paulo do PSB de aprovar a aliança com a
candidatura à reeleição do governador Geraldo Alckmin (PSDB). No Facebook,
Marina disse que a "Rede Sustentabilidade não seguirá essa
indicação". Marina afirmou ainda que seus aliados dentro do PSB
"seguirão caminho próprio e independente" em São Paulo, caso a
estratégia não seja mudada.
Na sexta-feira, aliados já diziam
que a decisão do diretório de São Paulo do PSB de aprovar a aliança com a
candidatura à reeleição do governador Geraldo Alckmin (PSDB) poderia fazer a
candidata a vice da chapa, a ex-senadora Marina Silva, a se afastar das
atividades da campanha presidencial de Eduardo Campos no estado.
A crise é mais um problema para a
candidatura de Campos, que caiu quatro pontos na pesquisa Datafolha divulgada
ontem. O ex-governador de Pernambuco conta com a popularidade de sua vice para
se tornar conhecido.
O indicativo de apoio a Alckmin
foi aprovado por unanimidade pelo diretório de São Paulo, na manhã de ontem. À
tarde, Campos e Marina, que exige uma candidatura própria no estado,
reuniram-se reservadamente para discutir o tema. Os dois decidiram na conversa
que não jogarão a toalha e ainda vão trabalhar para tentar viabilizar um nome
do PSB para a eleição paulista. O ex-governador de Pernambuco se comprometeu a
chamar o presidente do partido no estado, Márcio França, para uma conversa.
Nós lamentamos a decisão. Foi um
erro histórico na nossa avaliação, afirmou João Paulo Capobianco, que coordenou
a campanha presidencial de Marina, em 2010.
A decisão aprovada pelo diretório
estadual terá que ser levada à convenção marcada para o dia 21, mas o placar da
votação de ontem indica que a chance de reversão do quadro é muito baixa.
Estavam presentes 132 dos 156 integrantes do diretório, e todos se manifestaram
a favor do apoio aos tucanos.
Porta-voz nacional da Rede, o
ex-deputado federal Walter Feldman foi o único aliado de Marina que discursou
no evento de ontem.
É uma contradição com o plano
nacional. Alckmin está desgastado, afirmou Feldman.
Nos discursos, França foi
aclamado como vice da chapa de Alckmin, mas a questão ainda não está definida.
O PSB pode ficar com a vaga ao Senado, se o governador paulista conseguir
também o apoio do PSD, de Gilberto Kassab. A única condição aprovada para
fechar a aliança é que o PSDB aceite incorporar ao seu programa de governo
quatro pontos definidos pelo partido, entre eles um que trata de
sustentabilidade.
Os líderes do PSB que discursaram
ontem também destacaram a possibilidade de Alckmin ficar constrangido em negar
apoio a Campos na disputa presidencial tendo um vice da legenda do
ex-governador de Pernambuco.
França afirmou que a candidatura
própria não pôde se realizar porque a Rede não apresentou um nome viável. O
presidente estadual do PSB havia se lançado como candidato, mas foi vetado pelos
aliados de Marina.
A gente ajuda o Eduardo e a
Marina se tiver em São Paulo um palanque consistente. O Geraldo, com a força
dele no interior, permite que o Eduardo se sinta mais seguro, disse França.
Fonte: Agência Globo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário