quinta-feira, 5 de junho de 2014

APLICAÇÃO ESSENCIAL DA LEGISLAÇÃO PERTINENTE

 PGR DEFENDE QUE TSE MODIFIQUE DISTRIBUIÇÃO DE DEPUTADOS POR ESTADO.

Janot diz que deixar ao Congresso essa decisão poderia causar ‘polêmicas insolúveis’

BRASÍLIA — O procurador-geral da República Rodrigo Janot defendeu nesta quarta-feira, em um parecer enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), que a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de determinar uma nova distribuição no número de deputados por estado é “mais lógica e coerente” do que a do Congresso Nacional, que procura manter a divisão.
“A interpretação mais coerente parece ser a de o TSE, que tem funções administrativas no âmbito eleitoral, realizar os cálculos”, escreveu Janot.

No parecer ao STF, o procurador-geral da República alertou para riscos de polêmicas ou decisões arbitrárias caso o Congresso vote a distribuição de seus próprios representantes.
“Atribuir aos representantes a discussão a respeito da distribuição das próprias vagas poderia conduzir a polêmicas insolúveis ou a arbitrariedade das bancadas majoritárias, em detrimento das minoritárias”. Janot disse que se a interpretação correta fosse a de que a questão caberia ao Congresso, que “ele já o teria feito” em Lei Complementar anterior. Janot conclui que é “legítimo e compatível com o sistema de interação entre os poderes” que esse debate não aconteça nas casas legislativas.

ADAMS: CONGRESSO TEM DE FAZER SEU PAPEL

Luís Inácio Adams, ministro da Advocacia Geral da União (AGU), também falou sobre o assunto. Para ele é importante julgar com celeridade a questão. Ele disse que o TSE cumpriu a lei e o Supremo julgará se a delegação dada pelo Congresso ao TSE é válida ou não. Ele afirmou ainda que é difícil antecipar qual será o resultado, mas que alguns ministros que ele conversou acreditam que a lei (que delegou ao TSE) foi um excesso. Adams diz que a AGU tem a obrigação de, como curador, fazer a defesa da lei, mas que ele, pessoalmente, não acha correta a delegação dada pela lei aprovada pelo Congresso ao TSE. Para o ministro da AGU, o Congresso tem que exercer seu papel.

No último dia 27, o TSE contrariou decreto legislativo que conservava o número atual de deputados federais e estaduais para o pleito deste ano, bem como a divisão de eleitos por unidade da federação. O presidente do tribunal, ministro Dias Toffoli, argumentou que o decreto legislativo teria que ter sido aprovado até outubro do ano passado, um ano antes das eleições, e que o Congresso só poderia revogar a resolução do TSE por lei complementar ou decisão do STF, que já tem ações contra a resolução do TSE e vai dar o parecer final.

Com a decisão do TSE de considerar dados populacionais de 2010, e não de 1998 como aprovou o Congresso em novembro do ano passado, haveria mudanças em treze estados. Cinco teriam mais cadeiras (Amazonas, Ceará, Minas Gerais, Pará e Santa Catarina), e oito teriam menos deputados (Alagoas, Espírito Santo, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul).

Fonte: Agência O Globo.


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