Clima de campanha movimenta Congresso
com eventos do PP e do PPS
O Congresso viveu um dia de clima
de campanha eleitoral nesta quinta-feira com eventos do PP e do PPS mobilizando
governistas e opositores de olho nas alianças para a disputa do ano que vem. O
senador Aécio Neves (MG), provável candidato do PSDB à Presidência em 2014, e
Ideli Salvati, ministra das Relações Institucionais do governo da presidente Dilma
Rousseff, que buscará a reeleição ano que vem, foram à convenção do PP que
elegeu sua nova comissão executiva. Ideli justificou sua presença dizendo que o
PP, que tem cinco senadores e 37 deputados, é um importante aliado e era
preciso prestigiar o evento partidário. Mas tentou despistar o interesse
eleitoral com vistas à eleição de 2014. "Essa discussão a respeito de
campanha e de reeleição obviamente cada um dos partidos tomará a decisão no
tempo adequado", afirmou ao ser questionado se sua presença estava
relacionada à busca de apoio do PP a Dilma ano que vem. O PP não fez parte da
aliança formal de Dilma em 2010, mas comanda o Ministério das Cidades, que tem
um dos maiores orçamentos da Esplanada. Aécio, que é sobrinho do presidente de
honra do PP, senador Francisco Dornelles (RJ), esperou a saída da Ideli do
encontro para comparecer e discursar, pedindo abertamente inclusive o apoio da
legenda. "Não enxergo um Brasil justo e solidário sem o PSDB e o PP juntos
no futuro na sua construção", disse o mineiro.
ORDEM NATURAL DAS COISAS
Horas mais tarde, Aécio
participou de um seminário do PPS, partido oposicionista e aliado dos tucanos
nos últimos anos, que tem dado mostras que pode apoiar uma eventual candidatura
presidencial de Eduardo Campos, governador de Pernambuco e presidente do PSB. O
PPS realiza o seminário "A Esquerda Democrática Pensa o Brasil" até
sábado e esperava inclusive a presença de Campos nesta quinta, mas o governador
viajou para os Estados Unidos e não compareceu. O partido também convidou o
ex-governador paulista e candidato presidencial tucano derrotado em 2002 e
2010, José Serra, para os debates, sendo aguardado para sexta-feira. No
seminário, Aécio disse que assumirá o comando do PSDB em maio e que o
tradicional aliado estará com os tucanos no futuro, tentando conter as
especulações de que o PPS apoiaria a candidatura do PSB. "Eu acredito
muito nas coisas naturais na política, como na vida, e é natural nossa
aliança... ela é focada nas nossas convicções de que é preciso mudar o Brasil e
tenho absoluta convicção que no momento certo o PSDB e o PPS estarão juntos
como já estiveram no passado", disse o tucano a jornalistas na saída do
seminário. Em fevereiro, o presidente do PPS disse à Reuters que a candidatura
tucana é um das "hipóteses de trabalho" do partido, assim como a de
Campos, do PSB, e até mesmo da ex-senadora Marina Silva, que tenta criar uma
legenda a tempo de disputar as eleições de 2014. Eduardo Campos não foi ao
evento do PPS, mas pediu que o líder da bancada na Câmara, deputado Beto
Albuquerque (RS) o representasse. O PSB é um aliado histórico do PT de Dilma,
mas o crescimento eleitoral da legenda nas eleições municipais do ano passado,
quando elegeu 444 prefeitos, sendo seis capitais impulsionou o desejo de
candidatura própria à Presidência. Desde então, o governador de Pernambuco tem
participado de reuniões pelo país e feito discursos com críticas ao governo,
indicando que entrará na disputa pelo Palácio do Planalto. "Esse
compromisso do passo adiante, do fazer mais, é um compromisso que está posto e
nós não nos sentimos proibidos de debater isso. Ninguém impedirá os nossos
partidos, o meu partido o PSB, de fazer o debate que o Brasil precisa fazer
agora", disse Albuquerque, que tem acompanhado Campos nas articulações com
os outros partidos. A corrida presidencial do ano que vem ganhou um impulso
antecipado em fevereiro, quando Lula apresentou Dilma como candidata à
reeleição durante a comemoração de 10 anos do PT no comando do governo federal.
Fonte: Reuters.
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