Ministro do
STF dá 72 horas para Câmara explicar PEC que limita Corte
Dias
Toffoli quer ouvir partes envolvidas antes de decidir sobre pedido de suspensão
da proposta
O ministro do Supremo Tribunal Federal
(STF), Dias Toffoli, deu prazo de 72 horas para que a mesa da Câmara e o
presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) se manifestem sobre a
Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que permite o Congresso derrubar certas
decisões Corte.
Toffoli é relator do mandado de
segurança que pede a suspensão da PEC e, por isso, quer ouvir as partes
envolvidas no processo antes de decidir sobre o pedido de liminar protocolado
pelo PSDB e pelo PPS. O prazo começa a valer quando a Câmara for notificada oficialmente,
o que ainda não ocorreu, segundo a assessoria de imprensa da Casa.
Se aprovada pelo Congresso, a PEC
determina que sejam submetidas ao Congresso decisões do Supremo de editar
súmulas vinculantes e que declarem inconstitucionais emendas à Constituição.
No pedido de suspensão, o PSDB
afirmou que a PEC afronta "diretamente a instituição das cláusulas
pétreas." A proposta causou reações dentro do Poder Judiciário. Para
ministros do STF, o projeto desrespeita a separação de Poderes. Nessa quinta-feira,
25, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) retardou o
andamento da PEC e não instalou de imediato a comissão especial para analisar o
texto, como prevê o trâmite da Casa.
No mesmo dia em que a comissão
aprovou a PEC, o ministro Gilmar Mendes concedeu liminar barrando a votação do
projeto de lei que inibe a criação de partidos políticos. As ações geram embate
entre representantes do Congresso e da Corte. Ao comentar a situação, o
ministro Dias Toffoli negou que haja crise entre os Poderes e afirmou que o
debate faz parte da "normalidade democrática".
Fonte: Agência Brasil.
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