segunda-feira, 29 de abril de 2013

COMENTÁRIO - 29 DE ABRIL DE 2013



COMENTÁRIO
Scarcela Jorge

CORPORATIVISMO POLÍTICO.

Nobres:
A sociedade já percebeu que os políticos estão fabricando ameaças que certamente logo se esvaziam em função da falta de credibilidade renovada a cada ação que estão sendo tomada junto às casas do parlamento brasileiro. Centenas de exemplos similares nos colocam a lume dessas excrescências. Ações são retomadas próprias de uma sociedade política que ao longo dos anos se tornam imutáveis nos conceitos dos segmentos representativos da nação. Retomando os primórdios da nossa história, para se instar que antes mesmo de descoberto, o país tinha sua integridade territorial já garantida pelo Tratado de Tordesilhas, e até hoje essa tem sido a prioridade absoluta dos governantes. A construção, nesse espaço, de uma sociedade equitativa, capaz de garantir a sua intangibilidade e progresso, ficou sempre relegada ao segundo plano. De colônia espoliada a Reino Unido, de monarquia a república, e desta às mais diferentes e estúpidas formas de tutelagem, nosso tecido político manteve-se desfiado, fragilizado pelo horror das elites à isonomia e à igualdade. O inimigo mais recente chega desembestado, açulado pelos mais desagregadores instintos: o corporativismo e seus bastardos o casuísmo e o revanchismo. Todas as crises que nesse momento se amontoam na pauta política, institucional, econômica e social estão intoxicadas pela mesma matéria-prima que nos anos 20 do século passado exibia-se gloriosamente como a obra máxima do fascismo italiano. O corporativismo é uma construção medieval atualizada pela mente doentia de um ex-socialista chamado Benito Mussolini, cuja única ambição era reviver a pax romana: acabar com o debate político, a disputa social, a concorrência, o processo eleitoral e os demais instrumentos democráticos. No tapa, à base da truculência e da intimidação. A ofensiva para manietar a suprema corte retirando-lhe o principal atributo de intérprete da Constituição, o esforço para emascular o Ministério Público (até há pouco a menina dos olhos das forças progressistas), a surpreendente reviravolta no processo eleitoral estrangulando as tentativas de ampliar o espectro ideológico (contrariando os recentes estímulos aos partidos de aluguel) e até mesmo o torpedeamento inicial da Medida Provisória dos Portos saíram dos mesmos laboratórios. De forma coordenada ou por coincidência, fruto de um único bonapartismo ou de múltiplas jogadas individuais, obra de uma facção política hegemônica ou nivelada pelas piores vocações, o que se descortina no momento é um enorme território igualmente brutalizado pelo retrocesso. O ideal corporativo é um Estado anestesiado, inerte, incapaz de reagir às provocações e perigos. A atual sanha corporativista-revanchista, além de rudimentar, deixa mal a nossa presidente Dilma Rousseff, que há poucas semanas, certamente inspirada por algum adversário de Maquiavel, sugeriu que antes das eleições vale o diabo. Essas correntes sobrepõem às razões e a racionalidade de quem tem o comando outorgado pela soberania popular e vale para os estados e municípios. O Maquiavel considerando antes que não tenha consciência do conceito ideológico, é bem assemelhado - dentre outras - tem um elevado poder de fascínio perante a transitoriedade de seus gestores; apresenta um rosário de planos inconsequente e se sobrepõe a ordem e a sua palavra de mentiras que são fortalecidas pelo seu poder de “encantamento” pela cegueira dos gestores certamente caíram no “conto do bajulador” antes promovendo a discórdia com intuito de se “dar bem”.  
Antônio Scarcela Jorge.

Nenhum comentário:

Postar um comentário