COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
SENTIDO DE IDEOLOGIA PARTIDÁRIA PREVALECE PARA O EXTERIOR
Nobres:
Um fato
marcante registrado há pouco mais de um mês para prova mais evidente para o
mundo político do continente, foi a passagem da jornalista Yoani Sánchez aqui
no Brasil, por consequência, veio empreender uma verdadeira revolução nos
conceitos de modernidade política, não só para Cuba, mais também para o Brasil,
parceiros ideológicos e comuns do “petismo”. - Mesmo aqueles que não conseguem
convencer, quando fanáticos agridem, constrangem e, se lhes for dada a
oportunidade, prendem e arrebentam. Foi à nítida impressão deixada pela ação
orquestrada a partir da Embaixada de Cuba com pequenos, barulhentos e
virulentos grupos defensores da ditadura Castro, fez contra a presença da
jornalista Yoani Sánchez. Tirante a violência, nada de mais grave haveria no
patrulhamento não fossem dois fatos: a presença de um assessor com assento no
Palácio do Planalto na reunião em que a representação de Havana distribuiu a
missão aos chefes dos tarefeiros e o mutismo do PT diante dos atentados à
liberdade de uma pessoa dizer o que quer a quem estiver disposto a ouvir. De
onde fica plenamente autorizada a constatação de que aquele tipo de intolerância
não é episódio isolado nem nascido por geração espontânea. Foi apenas a
manifestação mais histérica e malsucedida do modo petista (e área de
influência) de lidar com as diferenças de ação e pensamento. Numa expressão já
meio gasta: o exercício do contraditório. Este enlouquece o PT. E aqui se fala
do partido como um todo não na intenção maldosa de generalizar, mas porque a
direção deixou o senador Eduardo Suplicy literalmente falando sozinho no
enfrentamento da barbárie. Do partido como um todo não se ouviu palavra, nenhum
reparo, apenas ressalvas aqui e ali à “deselegância” dos indecentes úteis. A
falta de cerimônia com que se dedicaram à selvageria é fruto do exemplo. Isso
se vê quando o governo desqualifica de maneira desonesta (para não dizer mentirosa)
as ações de seus antecessores – até mesmo os que hoje são seus aliados –,
quando autoridades confundem crítica com falta de apreço à pátria, quando o
dever de informar é classificado com desejo de conspirar, quando o exercício da
oposição é “vendido” à população como uma atividade quase criminosa. No caso da
cubana ocorreu um monumental tiro no pé: o que seria uma visita tratada com
destaque, mas sem maiores consequências nem celebrações, até porque Yoani
Sánchez não diz nada que já não seja de conhecimento público sobre as agruras
da vida em Cuba, no lugar da visita de uma jornalista que reclama pela
adaptação de seu país à contemporaneidade, o que se teve foi uma repercussão
monumental. Ao se tornar alvo fácil da rebeldia sem causa, virou capa da revista
de maior circulação no Brasil, falou no Congresso Nacional e foi convidada de
honra em programas de entrevistas no rádio e na televisão. Bom para ela, melhor
ainda para a exposição das patrulhas ao ridículo. E tem gente que ainda apoia o
direito de a Embaixada de Cuba de pôr os patrulheiros na rua argumentando que o
fez em legítima defesa. Imagine o prezado leitor e a cara leitora se a
Embaixada dos Estados Unidos resolvesse organizar manifestações no mesmo tom
para revidar, a pretexto de proteger a moça dos ataques. O mundo viria abaixo e
certamente o governo brasileiro protestaria contra a indevida intromissão.
Outra questão de clara evidência no mundo político da nação jamais deixará de
registrar - naquele mês- recém-passado,
foi à exposição de fotos no Senado, organizada pelo PT para comemorar os
33 anos de vida e 10 do partido no poder, simplesmente suprimiu o ano de 2005.
O período em que veio a público o esquema do mensalão também desapareceu das
festividades partidárias. Uma incoerência em relação aos protestos de injustiça
e acusações de farsa que o PT faz sobre o julgamento. Acreditasse mesmo em suas
alegações, o natural seria o partido aproveitar a passagem dos aniversários
para ressaltar o que, na sua versão, seria algo nunca antes ocorrido no país em
matéria de atentado à Justiça, aos direitos individuais e, sobretudo, à
verdade.
Antônio
Scarcela Jorge
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