COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
“SINECURA” DOS PARLAMENTARES
‘Apostar
na cultura do esquecimento’
Nobres
Dizem as “raposas” políticas (mais adequado para se
nomear) que; parcela majoritária do nosso povo cai no esquecimento em função
das peripécias que “pregam” e ironizam a sociedade. Dentre exposto se refere ao
nosso comentário publicado na seção Leitores & Cartas do DN- a
propósito da pseuda moralização do legislativo do país (fonte de descrédito da
sociedade) “produz incontinente “o efeito dominó” para Assembléias Legislativas
das vinte e sete unidades federativas do país. Como é uma regra absurda e
antiética sempre formatava em preceitos regimentais, isto. não nos causou
impressão pelo fato dos parlamentares serem próprios de encenação e enganação
para uma fatia do povo e contraditoriamente parceiro que a moral abomina”. Nesta
alusão considerei a possibilidade de “remanejamento desses recursos para outras
despesas, custo que os parlamentares gostam de se privilegiar, sempre se
usufruindo de benesse do erário”. Logo em seguida foi anunciado o aumento da
“cota por atividades parlamentares” e do auxílio-moradia na Câmara dos
Deputados, demonstram que os parlamentares têm infinita criatividade para
gastar em proveito próprio os recursos do contribuinte. É inesgotável a criatividade dos nossos representantes na hora de
encontrar meios de torrar o dinheiro do contribuinte. As penúltimas notícias
sobre o assunto vieram do lugar costumeiro: a Câmara Federal, que não apenas
aumentou em 12% a “cota por atividades parlamentares” e em 23% o
auxílio-moradia dos deputados (de R$ 3 mil para R$ 3,8 mil), como também começa
a discutir agora e promete votar no segundo semestre proposta de emenda
constitucional (PEC) que acaba com o subteto salarial dos servidores públicos. A
primeira notícia vai tirar do nosso bolso pelo menos R$ 22 milhões por ano,
valor que suas excelências empregarão para pagar despesas com passagens aéreas,
telefone, serviços postais, assinatura de publicações, combustíveis e
lubrificantes, entre outras. O aumento foi justificado pela Mesa da Câmara,
presidida pelo notório deputado Henrique Alves: desde 2009 os valores não eram
reajustados. Alves foi eleito presidente da Câmara em fevereiro último com o
protesto e crítica da sociedade racional ao seu passado, na mesma ocasião em
que Renan Calheiros – igualmente notório pelas peripécias nada éticas – foi
escolhido por seus pares para presidir o Senado. Ambos, Alves e Calheiros,
tentaram dar um lustro nas biografias inaugurando suas gestões com o anúncio da
aprovação do projeto que acabava com o pagamento do 14.º e 15.º salários dos
deputados e senadores. O alegado respeito ao dinheiro do contribuinte e o
suposto esforço de restaurar a moralidade no Congresso não duraram por muito
tempo, o que só serve para demonstrar que até as exceções fazem parte da regra:
o dinheiro que deixou de sair do cofre por uma porta saiu (pelo menos em parte)
por outra. O resultado da soma, portanto, foi quase igual a zero. Não bastasse
a “bondade” que se concedeu aos deputados, há outra em via de acontecer e que
vai beneficiar muito mais gente e custar muito mais caro ao país. Trata-se da
PEC que extingue o subteto salarial. Pela legislação atual, nenhum servidor
público pode ganhar tanto quanto ganha um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF),
atualmente R$ 28 mil mensais. Mesmo os servidores aposentados não podem somar
seus proventos a salários que eventualmente continuem percebendo no serviço
público se, desta soma, resultar valor maior do que o subteto permitido. A
generosa PEC acaba com tais limites, de tal modo que todos os funcionários,
estaduais ou municipais, não mais terão seus vencimentos atrelados aos salários
do prefeito ou do governador, respectivamente. O vencimento de ministro do STF
passaria a ser o único teto salarial do funcionalismo. Com isso, uma lei
ordinária poderia tornar o salário de um funcionário público municipal igual ao
de um magistrado do STF e superior ao de prefeito e governador. Não há, pois,
limites razoáveis e justos quando se trata de legislar sobre matérias que,
direta ou indiretamente, dizem respeito aos próprios deputados e senadores, que
sempre se mostram ligeiros na criação ou no sustento de uma casta de cidadãos,
apartada da realidade em que vive a grande maioria da população brasileira,
desprovida de quaisquer privilégios. A mesma ligeireza não é notada quando se
trata de debater, votar e aprovar leis do mais real e amplo interesse público.
Essa é mais uma vergonhosa cotidiana promovida pelo poder legislativo de fortes
tendências para se expuser a corrupção padronizada e acatada como sendo de
regra de suas ações para o país que se tornou literalmente o descompromisso
pela seriedade dos políticos de antecedentes antiéticos que enodam a face
desmoralizadora da nação. Ainda plagiando o comentarista político de tevê –
“isso é uma vergonha”.
Antônio
Scarcela Jorge.
Do Jornal Diário do
Nordeste
Edição (impressa)
de 23/03/2013 – há 23 dias passados
Seção – Opinião – Leitores & Cartas.
Ajuda a políticos
Precisou menos
de uma semana para que houvesse remanejamento dos recursos após a
"extinção dos 14º e 15º salários dos deputados federais”.
(Sobre matéria
publicada na editoria Nacional sob o título "Câmara define cota 12%
maior")
Antônio Scarcela Jorge
Nova-Russas-CE.Antônio Scarcela Jorge
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