COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
JORNALISMO ATUALIZADO.
Nobres:
A formação nos ensinou através do aprendizado que “colhemos” para expor
conhecimento de causa: embora, por força circunstancial ingressamos no serviço
público para uma atividade mais restrita e especializada para os fins em
espécie, de onde fomos colocados em inatividade em função irrreversível da saúde. Mas o
espírito vocacional nunca nos deixou para expor nossa opinião dentro de uma
nova dinâmica criada pelo jornalismo interativo uma inovação por meio da
internet um elemento preciso para modernidade. Dentre essas causas que nos
deixou certo conhecimento para expor a “questão” em apreço. É por deveras
preocupante a ação de uma das vertentes participativa do mundo atual que urge
acompanhar o processo inovador que o cotidiano estabelece. A razão analítica
para promover o senso critica é “olhar” para o nosso próprio lado, não só “no
vizinho” para colocar as nossas “barbas de molho” - O jornalismo foi raptado
pela perda de qualidade do conteúdo, pelo perigoso abandono de sua vocação
pública e pela sua equivocada transformação em produto mais próprio para
consumo privado. É preciso recuperar o entusiasmo do “velho ofício”. É urgente
investir fortemente na formação e qualificação dos profissionais. Sem
jornalismo público, independente e qualificado, o futuro da democracia é
incerto e preocupante. A sobrevivência dos meios tradicionais demanda foco
absoluto na qualidade de seu conteúdo. A internet é um fenômeno de
desintermediação. E que futuro aguarda os meios de comunicação, assim como os
partidos políticos e os sindicatos, num mundo desintermediado? Só nos resta uma
saída: produzir informação de alta qualidade técnica e ética. Ou fazemos jornalismo
de verdade, fiel à verdade dos fatos, verdadeiramente fiscalizador dos poderes
públicos e com excelência na prestação de serviço, ou seremos descartados por
um consumidor cada vez mais fascinado pelo aparente autocontrole da informação
na plataforma virtual. Os diários têm conseguido preservar seu maior capital: a
credibilidade. A confiança da população na qualidade ética dos seus jornais tem
sido um inestimável apoio para o desenvolvimento de um verdadeiro jornalismo de
buldogues. O combate à corrupção e o enquadramento de históricos caciques da
política nacional, alguns sofrendo o ostracismo do poder e outros no ocaso do
seu exercício, só é possível graças à força do binômio que sustenta a
democracia: imprensa livre e opinião pública informada. A revalorização da
reportagem e o revigoramento do jornalismo analítico devem estar entre as
prioridades estratégicas. É preciso atiçar o leitor com matérias que rompam a
monotonia do jornalismo de registro. Menos aspas e mais apuração. Apostar em
boas pautas – não muitas, mas relevantes – é outra saída. É melhor cobrir
magnificamente alguns temas que atirar em todas as direções. O leitor pede
reportagem. Quando jornalistas, entrincheirados e hipnotizados pelas telas dos
computadores, não saem à luta, as redações se convertem em centros de
informação pasteurizada. O lugar do repórter é na rua, garimpando a informação,
prestando serviço ao leitor e contando boas histórias. Elas existem. Estão em
cada esquina das nossas cidades. É só procurar. Há um modelo a ser seguido? Nas
experiências que acompanhamos ninguém alcançou a perfeição e ninguém se
equivocou totalmente. O perceptível é que os jornais estão lentos para entender
que o papel é um suporte que permite trabalhar em algo que a internet e a rede
social não fazem adequadamente: a seleção de notícias, jornalismo de alta
qualidade narrativa e literária. É para isso que o público está disposto a
pagar. Para mim, o grande desafio do jornalismo é a formação dos jornalistas.
Se você for a um médico e ele disser que não estuda há 25 anos, você se
assusta. Mas há jornalistas que não estudam nada há 25 anos. O jornalismo não é
rotativo: o valor dele se chama informação, talento, critério. Por isso é
preciso investir em jornalistas com boa formação cultural, intelectual e
humanística – pessoas que leiam literatura sejam criativas e motivadas. E, além
disso, que sejam bons gestores. As competências são demasiadas? Talvez. Mas é o
que nos pede um mundo cada vez mais complexo e desafiante. È o nosso
pensamento.
Antônio Scarcela Jorge
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