PARA WESLEY BATISTA, PRESIDENTE DA JBS, FINANCIAMENTO DE CAMPANHA É “ARRISCADO”
O presidente da JBS, Wesley Batista, afirmou que
financiar campanhas políticas no Brasil é, “sem dúvida”, um investimento
arriscado, em entrevista exclusiva concedida à BBC Brasil, veiculada na
sexta-feira (31/7).
Em conversa com a repórter Ruth Costas na sede da
empresa dona da marca Friboi, em São Paulo, ele disse que “espera que o Brasil
seja melhor” a partir do financiamento daqueles que disputam cargos eletivos.
“Por que a JBS participa em doações de campanha? Porque acredita que, participando,
tem condições de apoiar partidos e pessoas que, se ganham, podem contribuir
para a gente ter um país melhor. E com um país melhor, automaticamente, a JBS
tem um ganho de valor extraordinário”, avaliou.
O presidente da JBS relatou os motivos de doar tanto
para a oposição quanto para a situação. “É verdade. Tem um defeito no modelo de
financiamento de campanha brasileiro. São tantos partidos que você não quer
ficar rotulado como um cara que tem partido. Não temos partido. Por exemplo, o
finado Eduardo Campos [PSB] era um político no qual achávamos que valia
investir. Era promissor”, pontuou, referindo-se ao ex-governador de Pernambuco
e presidenciável em 2014, quando faleceu em acidente aéreo.
Ainda segundo o empresário, “idealmente” deveria-se
escolher alguns postulantes a cargos, mas prefere não ser rotulado como aliado
ou opositor. “É um investimento arriscado, claro. Investimos alguns milhões no
Eduardo Campos. Investimos em alguns partidos ou políticos que depois olhamos e
falamos: ‘Poxa, erramos. Era melhor o outro candidato’. Isso faz parte. Se eu
soubesse e pudesse só acertar”, analisou, ao responder se não seria melhor
investir em algum instituo de combate à pobreza ou algo do tipo.
Wesley Batista é irmão de Joesley e José Batista
Júnior, o Júnior Friboi, ex-pré-candidato ao governo estadual pelo
PMDB fritado pelo então concorrente na disputa eleitoral Iris Rezende,
ex-prefeito de Goiânia, ao declarar apoio público ao candidato Marconi Perillo (PSDB), reeleito
ao Palácio das Esmeraldas. O comportamento rendeu a ele a expulsão do partido recentemente.
De acordo com o texto, desde o ano passado a JBS
superou a Vale como a maior empresa privada do Brasil, após aumento de 30% nas
vendas. O conteúdo detalha que a maior produtora de carne bovina e a maior
processadora de proteína animal do mundo é também a maior doadora de campanha
do Brasil, tendo contribuído com mais de R$ 300 milhões nas eleições do ano
passado. Em Goiás, a JBS já financiou campanhas de Marconi Perillo e do
ex-governador Iris Rezende.
Na entrevista, o irmão de Júnior Friboi fala ainda
sobre os rumores de que Lulinha, filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva (PT), seria sócio da empresa, do suposto escândalo de financiamento da
empresa pelo BNDES e dos efeitos da Operação Lava Jato.
Fonte: Agência Brasil.
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