quarta-feira, 26 de agosto de 2015

IMPERATIVO DA CORRUPÇÃO

 DOLEIRO YOUSSEF SE RECUSA A DIZER NOMES DE DEPUTADOS QUE O AMEAÇARAM.

O doleiro Alberto Youssef se recusou a dizer à CPI da Petrobras os nomes de deputados que o estariam ameaçando. “Vou me reservar o direito ao silêncio, conforme o salvo-conduto do Supremo Tribunal Federal”, disse, ao ser questionado pelo relator da CPI, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ). 

“No depoimento prestado ao juiz Sérgio Moro (da 13ª Vara Federal de Curitiba), o senhor disse que estava sendo intimidado “por um deputado pau mandado do senhor Eduardo Cunha”. Quem são esses parlamentares que estão te intimidando? Que instrumentos utilizaram? Não pode pairar sobre a CPi uma dúvida dessa ordem. O senhor tem a oportunidade de esclarecer isso”, disse o relator.

Diante da negativa, o relator protestou. “Acho lamentável”, disse. O deputado Carlos Marun (PMDB-MS) também protestou. “É um absurdo um delator que já quebrou delações anteriores estar amparado pela Justiça para não dizer nada”, reclamou. Anteriormente, o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) criticou a liminar concedida pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, ao doleiro Alberto Youssef.

O ministro garantiu ao doleiro o direito de permanecer em silêncio, de ser assistido por seus advogados e de se retirar da sessão “em caso de ofensa” durante a acareação na CPI da Petrobras.

“A lei de delação premiada aponta como condicionante que o colaborador renuncie ao direito constitucional ao silêncio e se comprometa a dizer a verdade”, disse o deputado, um dos autores do requerimento de acareação. “Causa muita estranheza essa decisão”, completou.

Lorenzoni disse que vai pedir à Justiça o fim dos benefícios decorrentes da delação premiada caso os depoentes não respondam às perguntas. “Compreendo sua posição, mas há uma decisão judicial e temos que respeitar”, disse o presidente da CPI, deputado Hugo Motta (PMDB-PB).

No pedido de habeas corpus, os advogados de Youssef alegaram que a acareação é “desnecessária”, já que o doleiro e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa já foram submetidos a uma acareação pela Polícia Federal.

Ainda de acordo com o pedido, a obrigação de dizer a verdade, decorrente do acordo de delação premiada feita por Youssef com a Justiça Federal, não se estende à CPI. “Independentemente de o paciente ter celebrado acordo de colaboração premiada, homologado judicialmente, a garantia constitucional de não autoincriminação permanece e, portanto, o direito de permanecer em silêncio”, respondeu o ministro.

Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa estão sentados frente a frente na sessão da CPI que está sendo realizada no plenário 3.
Fonte: Agência Câmara.

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