quarta-feira, 26 de agosto de 2015

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - QUARTA-FEIRA, 26 DE AGOSTO DE 2015

COMENTÁRIO­
Scarcela Jorge.

TÁTICA DOS IMPLICADOS.

Nobres:
Neste Brasil recheado de corruptos no governo tendo o principal aliado nesta questão, o nefasto e desprovido de caráter, senador Fernando Collor, naturalmente vem sucedendo o óbvio e, bem manjado pela sociedade ética. Aconteceu com ex-ministro do Supremo Joaquim Barbosa foi atacado duramente por setores inconformados com as investigações e as punições do mensalão, agora os acusados da Operação Lava-Jato tentam desqualificar o juiz Sergio Moro e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Não passa dia sem que se levante algum questionamento sobre a atuação dos responsáveis pela investigação do maior escândalo de corrupção já registrado no país. O magistrado tem sido acusado de exibicionismo, de arbítrio e até de comprometimento político. O procurador que nesta semana passará no Senado por uma sabatina decisiva para sua recondução ao cargo começou a ser atacado pelos parlamentares denunciados, que o acusam de fazer o jogo do governo. Desqualificar o denunciante é uma estratégia antiga, que invariavelmente diz mais sobre o caráter dos detratores do que sobre eventuais desvios de quem acusa. Talvez até caiba debate jurídico sobre o rigor do magistrado responsável pela Lava-Jato, que tem arrancado confissões de suspeitos sob a pressão de encarceramentos prolongados e faz uso freqüente do instrumento da delação premiada. Mas é inegável que suas ações levantaram o véu da corrupção histórica que dilapidava a Petrobras, levando às barras da Justiça corruptos e corruptores de variados calibres, posições sociais e filiação partidária. Depois da localização e da devolução de volumosos recursos públicos subtraídos pelo esquema delituoso, nem mesmo o mais inconformado dos réus pode alegar que os fatos são inverídicos. Quanto ao procurador, é importante lembrar que, antes de denunciar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e o ex-presidente e senador Fernando Collor, ele já solicitara ao Supremo a investigação de mais de quatro dezenas de políticos de pelo menos cinco partidos. Não cabe, portanto, a acusação de parcialidade. Compreendem-se as maledicências plantadas nas redes sociais por partidários dos suspeitos investigados ou denunciados. O que não se pode aceitar é a tentativa escancarada de desmoralizar os investigadores e muito menos qualquer tipo de retaliação por parte de parlamentares contrariados com as denúncias. Por isso, tanto a campanha de desqualificação quanto o julgamento parlamentar devem ser acompanhados com atenção pela população brasileira, que vem demonstrando inequívoco apoio ao juiz e ao procurador nas suas ações pela restauração da ética na administração pública. Essas questões tornam-se defesa de segmentos aliados de quaisquer elementos em prol da ação, pelo menos meritória em alusão. Cada um se procura e se entende.
Antônio Scarcela Jorge.

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