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PF cumpriu um mandado de prisão temporária e dez de busca e apreensão na 18ª fase
da Operação Lava Jato, denominada Pixuleco II. Os foram cumpridos em Brasília,
Porto Alegre, São Paulo e Curitiba.
A nova fase da Operação Lava Jato, deflagrada ontem,
abre uma nova frente a ser explorada na investigação: contratos com escritórios
de advocacia, que seriam usados para o pagamento de propina, segundo a Polícia
Federal.
“Podemos estar diante de um novo modelo: depois das consultorias, das
empresas de fachada e das agências de publicidade, surgem os escritórios de
advocacia”, disse o delegado federal Igor Romário de Paula, que coordena as
investigações. Quatro escritórios foram alvo de busca e apreensão: dois em
Curitiba, um em São Paulo e outro em Porto Alegre. Segundo as investigações,
eles receberam parte do dinheiro repassado pelo esquema.
Os valores vinham da empresa Consist, que já foi alvo
da fase anterior da Lava Jato. Ela fazia a gestão de empréstimos consignados
concedidos a servidores federais, que foram acordados com a Associação
Brasileira de Bancos pelo Ministério do Planejamento. Segundo as investigações,
a Consist repassava 40% de seu faturamento a empresas indicadas pelos
operadores Milton Pascowitch e Alexandre Romano, que foi preso acusado de ser
um operador do esquema.
As notas fiscais dos pagamentos feitos aos escritórios
pela Consist eram “ideologicamente falsas”, disseram os investigadores. Os
contratos falam em “honorários advocatícios”, mas os sócios da Consist
admitiram, segundo os policiais, que nunca houve prestação de serviços à
empresa. Foram R$ 52 milhões movimentados em pagamentos irregulares, entre 2010
e 2015. No caso dos escritórios de advocacia, houve pagamentos de R$ 7,2
milhões.
Em Curitiba, os escritórios investigados prestavam
serviços para o PT e candidatos do partido: pertencem aos advogados Guilherme
Gonçalves e Sacha Reck, que eram sócios até o ano passado. Segundo a reportagem
apurou, o escritório de Gonçalves enviou documentos à PF para comprovar que
houver prestação de serviços não só em relação ao caso em questão, mas em
outros, inclusive com interposição de ações. Reck nega que tenha sido alvo da
operação.
Em São Paulo, o escritório é o Oliveira Romano
Sociedade de Advogados, que pertence a Romano, ex-vereador pelo PT em
Americana. Em Porto Alegre, houve busca e apreensão no “Portanova Advogados
Associados”.
Fonte: Folhapress.
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