sexta-feira, 14 de agosto de 2015

CÉLULA DA CORRUPÇÃO NO GOVERNO





A PF cumpriu um mandado de prisão temporária e dez de busca e apreensão na 18ª fase da Operação Lava Jato, denominada Pixuleco II. Os foram cumpridos em Brasília, Porto Alegre, São Paulo e Curitiba.

A nova fase da Operação Lava Jato, deflagrada ontem, abre uma nova frente a ser explorada na investigação: contratos com escritórios de advocacia, que seriam usados para o pagamento de propina, segundo a Polícia Federal. 

“Podemos estar diante de um novo modelo: depois das consultorias, das empresas de fachada e das agências de publicidade, surgem os escritórios de advocacia”, disse o delegado federal Igor Romário de Paula, que coordena as investigações. Quatro escritórios foram alvo de busca e apreensão: dois em Curitiba, um em São Paulo e outro em Porto Alegre. Segundo as investigações, eles receberam parte do dinheiro repassado pelo esquema.

Os valores vinham da empresa Consist, que já foi alvo da fase anterior da Lava Jato. Ela fazia a gestão de empréstimos consignados concedidos a servidores federais, que foram acordados com a Associação Brasileira de Bancos pelo Ministério do Planejamento. Segundo as investigações, a Consist repassava 40% de seu faturamento a empresas indicadas pelos operadores Milton Pascowitch e Alexandre Romano, que foi preso acusado de ser um operador do esquema.

As notas fiscais dos pagamentos feitos aos escritórios pela Consist eram “ideologicamente falsas”, disseram os investigadores. Os contratos falam em “honorários advocatícios”, mas os sócios da Consist admitiram, segundo os policiais, que nunca houve prestação de serviços à empresa. Foram R$ 52 milhões movimentados em pagamentos irregulares, entre 2010 e 2015. No caso dos escritórios de advocacia, houve pagamentos de R$ 7,2 milhões.

Em Curitiba, os escritórios investigados prestavam serviços para o PT e candidatos do partido: pertencem aos advogados Guilherme Gonçalves e Sacha Reck, que eram sócios até o ano passado. Segundo a reportagem apurou, o escritório de Gonçalves enviou documentos à PF para comprovar que houver prestação de serviços não só em relação ao caso em questão, mas em outros, inclusive com interposição de ações. Reck nega que tenha sido alvo da operação.

Em São Paulo, o escritório é o Oliveira Romano Sociedade de Advogados, que pertence a Romano, ex-vereador pelo PT em Americana. Em Porto Alegre, houve busca e apreensão no “Portanova Advogados Associados”.
Fonte: Folhapress.

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