COMENTÁRIO
Scarcela Jorge.A OPINIÃO DO POVO.
Nobres:
A queda acentuada no índice de confiança dos
brasileiros nas instituições políticas, confirmada agora por pesquisa de
opinião pública recém divulgada, não chega a surpreender, levando-se em conta a
sucessão de episódios negativos dos últimos meses. Ainda assim, o resultado
deveria merecer uma reação imediata por parte de parlamentares, governantes e
líderes partidários. Realizada a cada mês de julho pelo Ibope em cidades de
todas as regiões do país, a pesquisa denominada Índice de Confiança Social
demonstra um desgaste profundo na credibilidade do governo, de parlamentares e
de partidos, sob todos os aspectos preocupantes para uma democracia. Diferentemente do que ocorreu no início do primeiro semestre de 2013, quando as
manifestações de rua fizeram desabar a crença nas instituições de maneira
geral, dessa vez o recuo concentrou-se nas de âmbito político. No período de 12
meses até agora, a confiança na presidente da República caiu pela metade, levando-a
a ocupar a penúltima posição no ranking, junto com o Congresso Nacional, que
também perdeu prestígio. O último posto da lista, que engloba 18 instituições e
quatro grupos sociais, continuou com os partidos, que também registraram queda.
E até mesmo os prefeitos, muitos dos quais voltarão a pedir voto no próximo
ano, estão com a confiabilidade em baixa. A crise de representatividade registrada hoje no país é uma ameaça preocupante
para a democracia, que precisa ser enfrentada pelos próprios políticos. Eleitores,
como os entrevistados no levantamento do Ibope, elegem seus representantes
legislativos e gestores públicos na expectativa de que ponham em prática
os discursos de campanha. O que se constata cada vez mais, porém, é que, depois
de eleitos, na maioria das vezes em campanhas bancadas com dinheiro duvidoso,
muitos deles passam defender seus próprios interesses e o de apadrinhados. E só
retornam ao convívio direto com o eleitorado na hora de disputar nova eleição. A
sociedade tem feito a sua parte, cobrando mais ética e mais compromisso com as
demandas dos cidadãos. Muitas instituições, com a credibilidade inalterada ou
até em alta na pesquisa, se empenham em cumprir o seu papel no combate à
corrupção. Falta os políticos fazerem sua parte, fortalecendo os partidos e
reforçando seus compromissos, de forma permanente, com as demandas da sociedade.
Antônio
Scarcela Jorge.
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