Scarcela Jorge.
SOCIEDADE DE COSTAS PARA O GOVERNO - NÃO HÁ MAIS OUTRA SAÍDA.
Nobres:
Esgotado todo grau de convencimento que tenta no discurso
da presidente Dilma para uma platéia de expectadores aliados a bajulação, seja
de qualquer governo que esteja no poder. Por outro lado da questão, ensejará
naturalmente a formalização do impeachment, renúncia ou união pela
governabilidade? O dia D do governo Dilma, como está sendo cognominado é
precipitado apostar em qualquer uma dessas alternativas. E os movimentos
confusos dos últimos dias são a prova de que o próprio Planalto está
desesperado, procurando evitar o pior. Na tentativa de retomar parte do apoio
do Congresso, Dilma voltou a se abraçar ao presidente do Senado, Renan
Calheiros, provavelmente a um custo muito alto. Os rumos do país tendem a se tornar
mais claros a partir de domingo passado. Se os 71% de rejeição ao governo índice
recorde, conforme o último Datafolha e se refletirem nas ruas algo muito
radical e consistente, capaz de reverter opiniões, terão de ser feito pela
presidente. Caso contrário, ficará difícil se manter no poder. Como administrar
um país cuja população, na sua maioria, rejeita o seu mandatário? Estava certa a presidente quando disse em discurso na semana passada que
ninguém lhe tira a legitimidade das urnas. Mas é bom lembrar que o país saiu
das eleições de 2014 dividido, a margem de votos obtida pela candidata do PT
foi mínima em relação ao adversário Aécio Neves. Além disso, grande parte
desses eleitores que legitimaram sua eleição agora está insatisfeita. E esses caminhos passam
por reconstruir pontes com todas, sem exceção, forças políticas, empresariais,
sindicais e sociais. É estar de coração e, mente aberta. Governabilidade
significa ouvir e, principalmente, aceitar e ceder, entretanto de costa para sociedade é uma retórica - diálogo há muito tempo foi criado com as mesmas forças políticas aliadas e conspiradoras ao mesmo tempo que se interagem com negociatas e roubalheiras. Agora, se os movimentos de Dilma não forem convincentes, fica difícil imaginar
uma presidente governando por três anos e meio com uma expressiva parcela dos
eleitores que também estão de costas para ela.
Antônio Scarcela Jorge.
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