terça-feira, 18 de agosto de 2015

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - TERÇA-FEIRA, 18 DE AGOSTO DE 2015

COMENTÁRIO­
Scarcela Jorge.

SOCIEDADE DE COSTAS PARA O GOVERNO - NÃO HÁ MAIS OUTRA SAÍDA.

Nobres:
Esgotado todo grau de convencimento que tenta no discurso da presidente Dilma para uma platéia de expectadores aliados a bajulação, seja de qualquer governo que esteja no poder. Por outro lado da questão, ensejará naturalmente a formalização do impeachment, renúncia ou união pela governabilidade? O dia D do governo Dilma, como está sendo cognominado é precipitado apostar em qualquer uma dessas alternativas. E os movimentos confusos dos últimos dias são a prova de que o próprio Planalto está desesperado, procurando evitar o pior. Na tentativa de retomar parte do apoio do Congresso, Dilma voltou a se abraçar ao presidente do Senado, Renan Calheiros, provavelmente a um custo muito alto. Os rumos do país tendem a se tornar mais claros a partir de domingo passado. Se os 71% de rejeição ao governo índice recorde, conforme o último Datafolha e se refletirem nas ruas algo muito radical e consistente, capaz de reverter opiniões, terão de ser feito pela presidente. Caso contrário, ficará difícil se manter no poder. Como administrar um país cuja população, na sua maioria, rejeita o seu mandatário? Estava certa a presidente quando disse em discurso na semana passada que ninguém lhe tira a legitimidade das urnas. Mas é bom lembrar que o país saiu das eleições de 2014 dividido, a margem de votos obtida pela candidata do PT foi mínima em relação ao adversário Aécio Neves. Além disso, grande parte desses eleitores que legitimaram sua eleição agora está insatisfeita. E esses caminhos passam por reconstruir pontes com todas, sem exceção, forças políticas, empresariais, sindicais e sociais. É estar de coração e, mente aberta. Governabilidade significa ouvir e, principalmente, aceitar e ceder, entretanto de costa para sociedade é uma retórica - diálogo há muito tempo foi criado com as mesmas forças políticas aliadas e conspiradoras ao mesmo tempo que se interagem com negociatas e roubalheiras. Agora, se os movimentos de Dilma não forem convincentes, fica difícil imaginar uma presidente governando por três anos e meio com uma expressiva parcela dos eleitores que também estão de costas para ela.

Antônio Scarcela Jorge.

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