terça-feira, 25 de agosto de 2015

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - TERÇA-FEIRA, 25 DE AGOSTO DE 2015

COMENTÁRIO­
Scarcela Jorge.

DECISÃO EMBORA TARDIA.

Nobres:
A decisão parece sensata para o governo reduzir o número de ministérios embora até agora revelar o absurdo, que foi formar um dos maiores ministérios do planeta para garantir apoio eleitoral e político que veio também transformar em negociatas que ensejou direcionar ações escusas. Foi evidentemente lacônico o aprofundamento da crise para que a presidente Dilma Rousseff decidisse adotar uma medida óbvia para devolver um mínimo de credibilidade ao seu governo: a extinção de ministérios supérfluos. Ainda é intenção, mas ontem o Palácio do Planalto anunciou o corte de 10 das 39 pastas ministeriais existentes, como parte de uma reforma administrativa destinada a reduzir o número de cargos comissionados e de secretarias, cortar despesas e melhorar a gestão pública. Ainda assim, trata-se de uma medida paliativa diante do escancarado aparelhamento da máquina estatal e da prática explícita de fisiologismo tanto por parte do governo quanto pelos partidos beneficiados. O que o governo está devendo como sugeriu o ex-ministro Nelson Jobim em artigo publicado ontem, é uma ampla reforma ministerial, com a redução de pastas e a nomeação de pessoas realmente capacitadas para o exercício da administração, de preferência sem compromissos partidários que comprometam sua atuação. O corte de despesas não pode ser o único objetivo, embora seja um absurdo a existência de 22 mil cargos comissionados no Executivo. Já que a presidente resolveu reconhecer o equívoco, que a correção tenha como norte a eficiência da máquina pública e o desmonte da política de aparelhamento que tanto mal tem causado ao país. Aí, sim, a decisão anunciada ontem poderá ser classificada como acertada.
Antônio Scarcela Jorge.

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