COMENTÁRIO
Scarcela Jorge.DECISÃO EMBORA TARDIA.
Nobres:
A decisão parece sensata para o governo reduzir o
número de ministérios embora até agora revelar o absurdo, que foi formar um dos
maiores ministérios do planeta para garantir apoio eleitoral e político que
veio também transformar em negociatas que ensejou direcionar ações escusas. Foi
evidentemente lacônico o aprofundamento da crise para que a presidente Dilma Rousseff
decidisse adotar uma medida óbvia para devolver um mínimo de credibilidade ao
seu governo: a extinção de ministérios supérfluos. Ainda é intenção, mas ontem
o Palácio do Planalto anunciou o corte de 10 das 39 pastas ministeriais
existentes, como parte de uma reforma administrativa destinada a reduzir o
número de cargos comissionados e de secretarias, cortar despesas e melhorar a
gestão pública. Ainda assim, trata-se de uma medida paliativa diante do
escancarado aparelhamento da máquina estatal e da prática explícita de
fisiologismo tanto por parte do governo quanto pelos partidos beneficiados. O
que o governo está devendo como sugeriu o ex-ministro Nelson Jobim em artigo
publicado ontem, é uma ampla reforma ministerial, com a redução de pastas e a nomeação
de pessoas realmente capacitadas para o exercício da administração, de
preferência sem compromissos partidários que comprometam sua atuação. O corte
de despesas não pode ser o único objetivo, embora seja um absurdo a existência
de 22 mil cargos comissionados no Executivo. Já que a presidente resolveu
reconhecer o equívoco, que a correção tenha como norte a eficiência da máquina
pública e o desmonte da política de aparelhamento que tanto mal tem causado ao
país. Aí, sim, a decisão anunciada ontem poderá ser classificada como acertada.
Antônio
Scarcela Jorge.
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