Scarcela Jorge.
BRASIL O PARAÍSO DOS CORRUPTOS.
Nobres:
É de costume atribui que o nosso país foi descoberto
sob a égide de corruptos, esteio bem aceito por um segmento populacional que
também é adepto da corrupção. Neste contexto é que pobre de nós, graças a Deus
que o papa não é brasileiro (maior
católica), se assim fosse, há muito o Santo Lula estava canonizado! - Entre
várias razões dá sentido direcional à propina de US$ 5,5 milhões (mais de R$ 18
milhões em nossa moeda e que pode chegar a muito mais) recebida por Eduardo
Cunha, do PMDB, como indica a Procuradoria-Geral da República, é parte dos US$
40 milhões com que uma empresa coreana subornou o alto mundo da política na
compra de navios-sonda para a Petrobras. Como tal, escondeu-se pulando de
bancos suíços aos do Uruguai para se homiziar, até, na igreja Assembléia de
Deus. Lá, nos gabinetes atapetados do parlamento, em Brasília, mãos e mentes
planejaram tudo em minúcias, com a autoridade impune da máquina do Estado. Porém,
é comum característica a naturalidade com que perpetraram vários crimes desde o
comum a característica hedionda, vai a desfaçatez com que negam a abjeção do
ato em si. O assalto é parte do exercício do poder político. Os delitos do
poder se escondem no próprio poder. A ditadura direitista aboliu o direito à
verdade, estuprou a imprensa, fez da crítica um crime e nos viciou no silêncio.
Na redemocratização, continuamos calados e com medo do poder político. Já
protestávamos na rua, mas a esmo. A Procuradoria-Geral da República não usava o
direito de investigar e informar. Engavetar valia mais do que denunciar. O
Ministério Público era tido, ainda, como servo de elite do presidente da República,
ou de suas graças mudou. No mensalão, o procurador-geral Roberto Gurgel
suportou ofensas e ameaças sem recuar na denúncia que levou à condenação dos réus.
O inquérito da Lava-Jato é a fase adulta do Brasil. A Polícia Federal e os
procuradores foram ao fundo do poço imundo e o juiz Sergio Moro, sem medo,
chegou ao maior assalto da História, a partir de negociatas do então deputado
José Janene, do PP, Partido Progressista. Surgiu, então, a trama sinistra
comandada na Petrobras pelo próprio PP, em conluio com PT e PMDB, com migalhas
ao resto da base alugada. Agora, a ira dos políticos cai sobre o
procurador-geral Rodrigo Janot e os procuradores que, em Brasília, desdobram a
Operação Lava-Jato. Com a denúncia ao Supremo Tribunal, o que poderia ser
ilação vira realidade da perversão atual da política. Mais perturbador, porém,
é o silêncio dos partidos. Os três principais envolvidos (PT, PP e PMDB) não
piaram e a oposição se calou. Aécio Neves, presidente do PSDB, que comandou as
manifestações de rua do último domingo pela “renúncia de Dilma”, não quis
comentar as denúncias. O líder do seu partido na Câmara decidiu “aguardar” o
curso do processo. Na mesma linha, o dirigente do DEM crê que “não há motivo”
para Cunha deixar a presidência da Câmara. Essas questões transcendem fatos
acima de altos interesses. Querem abusar e assassinar a República.
Antônio
Scarcela Jorge.
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