COMENTÁRIO
Scarcela Jorge.REFÉM DO ABSURDO ATINENTE A PREPOTÊNCIA E ARROGÂNCIA.
Nobres:
Evidencia ser insuficiente ao protagonismo do PT no
governo Dilma vem perdendo força sistematicamente a cada cotidiano. O aprofundamento das crises política e
econômica e a crescente insatisfação popular estão obrigando a presidente a
ceder espaço e poder aos aliados, em especial ao PMDB, partido que hoje dá as
cartas na articulação com o Congresso. É o que restou para uma administração em
frangalhos: buscar a governabilidade a um custo altíssimo ou o isolamento, o
que inevitavelmente leva à renúncia. Desde que o vice-presidente Michel Temer
assumiu o papel de fiador da estabilidade política, os petistas sumiram. A
crise expôs ao país o que sempre se soube nos bastidores. A presidente é uma
péssima articuladora. Nos tempos de popularidade alta, até podia se der ao luxo
de torcer o nariz para aliados como Temer e Renan Calheiros. Seu perfil de
gerente de um país que supostamente andava nos trilhos lhe bastava. Temer ficou
no ostracismo durante os quatro anos do primeiro mandato. O desprezo de Dilma
pelo vice ficava evidente em suas falas e atos. Hoje, ela não só está refém de
Temer como terá cada vez mais de fazer concessões. O PMDB é insaciável. Nunca
existiu liga entre PT e Dilma. O partido só a aceitou como candidata porque Lula
bancou. Dilma sempre foi avessa a reuniões e conchavos políticos. As denúncias
de corrupção contra petistas atingem muito mais Lula do que Dilma, que não
carrega a história do partido no seu currículo. A Dilma interessa terminar
dignamente o mandato. Se em algum momento chegou a ter ambições de continuar na
política, com certeza essa possibilidade já foi abandonada. Já para Lula, o
estigma da corrupção tem um efeito devastador. Se o principal líder petista se
inviabilizar eleitoralmente, o PT perde a única possibilidade concreta de
continuar no poder. Lula na verdade é o coração e o cérebro do PT. Se ele for
abatido, o PT corre o risco de desaparecer em médio prazo, conseqüentemente, arrasar
o PT do cenário político.
Antônio Scarcela Jorge.
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