sexta-feira, 21 de agosto de 2015

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE, - SEXTA-FEIRA, 21 DE AGOSTO DE 2015

COMENTÁRIO­
Scarcela Jorge.

REFÉM DO ABSURDO ATINENTE A PREPOTÊNCIA E ARROGÂNCIA.

Nobres:
Evidencia ser insuficiente ao protagonismo do PT no governo Dilma vem perdendo força sistematicamente a cada cotidiano. O aprofundamento das crises política e econômica e a crescente insatisfação popular estão obrigando a presidente a ceder espaço e poder aos aliados, em especial ao PMDB, partido que hoje dá as cartas na articulação com o Congresso. É o que restou para uma administração em frangalhos: buscar a governabilidade a um custo altíssimo ou o isolamento, o que inevitavelmente leva à renúncia. Desde que o vice-presidente Michel Temer assumiu o papel de fiador da estabilidade política, os petistas sumiram. A crise expôs ao país o que sempre se soube nos bastidores. A presidente é uma péssima articuladora. Nos tempos de popularidade alta, até podia se der ao luxo de torcer o nariz para aliados como Temer e Renan Calheiros. Seu perfil de gerente de um país que supostamente andava nos trilhos lhe bastava. Temer ficou no ostracismo durante os quatro anos do primeiro mandato. O desprezo de Dilma pelo vice ficava evidente em suas falas e atos. Hoje, ela não só está refém de Temer como terá cada vez mais de fazer concessões. O PMDB é insaciável. Nunca existiu liga entre PT e Dilma. O partido só a aceitou como candidata porque Lula bancou. Dilma sempre foi avessa a reuniões e conchavos políticos. As denúncias de corrupção contra petistas atingem muito mais Lula do que Dilma, que não carrega a história do partido no seu currículo. A Dilma interessa terminar dignamente o mandato. Se em algum momento chegou a ter ambições de continuar na política, com certeza essa possibilidade já foi abandonada. Já para Lula, o estigma da corrupção tem um efeito devastador. Se o principal líder petista se inviabilizar eleitoralmente, o PT perde a única possibilidade concreta de continuar no poder. Lula na verdade é o coração e o cérebro do PT. Se ele for abatido, o PT corre o risco de desaparecer em médio prazo, conseqüentemente, arrasar o PT do cenário político.

Antônio Scarcela Jorge.

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