CAMARGO CORRÊA
ADMITE CARTEL E PAGARÁ MAIS DE R$ 104 MILHÕES.
Ao Cade, construtora reconheceu
participação em esquema com Petrobras.
Empresa entregou ao órgão novos documentos e informações.
A construtora Camargo Corrêa fechou um
acordo com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em que admite,
junto a dois ex-executivos, participação no cartel para licitações da
Petrobras. A empresa concordou em pagar mais de R$ 104 milhões, informou o órgão
nesta quarta-feira (19).
Segundo o Cade, a indenização aos cofres públicos é a
maior já estabelecida em um Termo de Compromisso de Cessação (TCC) – que
suspende o processo administrativo contra a empresa em troca da confissão de
culpa.
Este também é o primeiro acordo de cessação de conduta
na investigação de cartel em licitações da Petrobras. A
investigação pelo Cade faz parte da Operação Lava Jato.
Acordo com
ex-executivos.
O acordo negociado pela Superintendência-Geral do Cade
envolve, além da construtora, o ex-presidente da Camargo Corrêa, Dalton dos
Santos Avancini, e o ex-vice-presidente da empresa Eduardo Hermelino Leite.
Avancini
contribuiu para comprovar a participação da Odebrecht e da Andrade Gutierrez no esquema
de cartel das empreiteiras, em um acordo de delação premiada com a Justiça.
O acordo de leniência permite a quem pratica o cartel
fazer uma denúncia às autoridades antitruste (que combatem a prática desleal de
controle do mercado) e cooperar com as investigações, recebendo, em troca, redução
da punição.
A lei anticoncorrência estabelece que a contribuição
desse acordo deve ser de ao menos 1% do faturamento bruto da empresa no ano
anterior ao do início da investigação.
Em nota, a construtora afirmou que o acordo "é conseqüência
da decisão da Administração da empresa de colaborar com as investigações para
identificar e sanar irregularidades, além de seguir aprimorando seus programas
internos de controle e compliance".
"Por meio desse Termo, a Construtora Camargo
Corrêa reconhece sua participação nas condutas investigadas e se compromete a
apresentar ao Cade documentos e informações para o esclarecimento dos fatos,
além de aceitar o pagamento de contribuição pecuniária", declarou a empresa.
Outros
acordos com o Cade.
A Camargo Corrêa é a segunda empresa envolvida no
suposto cartel que confirma a irregularidade. Em março, a Setal/SOG já
havia fechado um acordo de leniência.
"As contribuições trazidas pela leniência
apontaram indícios de cartel em licitações da Petrobras envolvendo diversas
construtoras, entre elas a Setal/SOG e a Camargo Corrêa", afirmou o Cade.
Como um acordo de leniência só pode ser firmado com
uma empresa ou grupo, a Camargo Corrêa assinou um TCC, se comprometendo a pagar
a indenização e a colaborar nas investigações, além de encerrar imediatamente
as atividades ilícitas.
Confira
abaixo a íntegra da nota da Camargo Corrêa:
A Construtora Camargo Corrêa firmou nesta data Termo de Compromisso de Cessação de Prática com o CADE em processo de apuração de condutas anticompetitivas no mercado de obras civis e montagens industriais no setor de óleo e gás onshore no Brasil. Esse acordo é conseqüência da decisão da Administração da empresa de colaborar com as investigações para identificar e sanar irregularidades, além de seguir aprimorando seus programas internos de controle e compliance.
A Construtora Camargo Corrêa firmou nesta data Termo de Compromisso de Cessação de Prática com o CADE em processo de apuração de condutas anticompetitivas no mercado de obras civis e montagens industriais no setor de óleo e gás onshore no Brasil. Esse acordo é conseqüência da decisão da Administração da empresa de colaborar com as investigações para identificar e sanar irregularidades, além de seguir aprimorando seus programas internos de controle e compliance.
Por meio desse Termo, a Construtora Camargo Corrêa
reconhece sua participação nas condutas investigadas e se compromete a
apresentar ao CADE documentos e informações para o esclarecimento dos fatos,
além de aceitar o pagamento de contribuição pecuniária.
Foram entregues às autoridades novos documentos e
informações e-mails, agendas e extratos de contas telefônicas, entre outros identificados
em auditorias internas conduzidas pela empresa com o auxílio de consultores e
especialistas forenses independentes.
A Construtora Camargo Corrêa reitera sua disposição
para assumir responsabilidades com a adoção das medidas necessárias para
corrigir desvios e colaborar na construção de um ambiente de negócios éticos,
justos e sustentáveis.
Fonte: G1, em São Paulo.
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