BARBOSA CRITICA CORRUPÇÃO NO BRASIL E DISPARA:
“SÓ NÃO APLICA A LEI AQUELE JUIZ QUE É MEDROSO”
Ministro
pede que juiz não tenha ‘que passar com um pires na mão para conseguir
promoção’
O presidente do STF (Supremo
Tribunal Federal), ministro Joaquim Barbosa, criticou , nesta segunda-feira
(30), toda e qualquer forma de corrupção e pediu “paz” para os juízes
brasileiros aplicarem as leis. Barbosa afirmou ainda que o número excessivo de partidos
é prejudicial ao sistema político-eleitoral do País.
Em encontro com empresários em
São Paulo, Barbosa afirmou que os magistrados brasileiros precisam de
“tranquilidade” e “estar livre de qualquer tipo de influência”.
— Quando o juiz quer, ele
decide, ele aplica. Só não aplica a lei aquele juiz que é medroso, comprometido
ou é politicamente engajado em alguma causa que lhe distrai ou lhe impeça de se
dedicar à sua missão. Leis, nós temos. Leis não são perfeitas, mas lei que
combate a corrupção nós temos. O que temos que examinar é por que eles não
decidem. É preciso deixar o juiz em paz.
O presidente da mais alta Corte
brasileira criticou ainda a progressão da carreira dos juízes no Brasil, que
assumem cargos públicos e não tem uma possibilidade de crescimento sem
interferências políticas. Barbosa usou um exemplo de um juiz federal que quer
ascender para Tribunais Federais.
— No caso dos nossos juízes
que ingressam por concurso público, na expectativa de progressão das suas
carreiras, entra em jogo um fenômeno dos mais perniciosos. Imagine um juiz
federal aqui de São Paulo. Naturalmente, ele tem a expectativa de subir na sua
carreira, mas não há mecanismos que criem automatismos que permitam a esse juiz
ser promovido sem ter que passar por aí com um pires na mão para conseguir essa
sua promoção. Deixem o juiz em paz, de forma que ele evolua na sua carreira de
maneira natural. Vamos atracar o problema na sua raiz.
O ministro recomendou ainda
cautela com “juiz que vive travando relações políticas aqui e ali”.
— Você jamais vai querer ter
seu patrimônio ou aspectos importantes da sua vida nas mãos de juiz com essas
características. Nosso sistema permite que esse tipo de influência negativa
seja exercida sobre determinados juízes. É claro que há juízes que sabem
driblar isso muito bem.
Lula
O presidente do Supremo não quis
repercutir a entrevista do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao jornal
Correio Braziliense, do último domingo (29), em que disse que seria mais
criterioso ao escolher ministros da Corte se estivesse na Presidência da República
hoje.
— Não tenho nada a dizer.
Ele foi presidente da República, eu não sou presidente da República, não tenho
nenhum papel na nomeação de ministros do supremo e nunca procurei exercer
influência sobre esse papel. Ele não me cabe.
Fonte: - Correio do Povo.
OPINIÃO.
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