SÃO PAULO - Os quatro servidores
municipais presos na manhã desta quarta-feira, 30, acusados de integrar uma
quadrilha que desviou até R$ 500 milhões dos cofres da Prefeitura, construíram
um patrimônio de R$ 20 milhões e possui uma lista de bens repleta de imóveis de
luxo, automóveis caros e barcos. O levantamento foi feito pelo Ministério
Púbico, em parceria com a Controladoria Geral do Município.
De acordo com as investigações, os
quatro auditores fiscais chegaram a receber R$ 2 milhões em um mês de duas
construtoras e atuaram entre 2007 e 2012, durante a gestão do ex-prefeito
Gilberto Kassab. A apuração mostra que eles cobravam propina para permitir a
quitação do Imposto sobre Serviços (ISS). O documento é fundamental para que as
construtoras consigam o habite-se e a liberação de seus empreendimentos.
O dinheiro era depositado na
conta de uma empresa, registrada em nome de dois dos investigados. No
cruzamento dos dados foi possível detectar que uma construtora recolheu R$ 17,9
mil numa guia de ISS e no dia seguinte depositou R$ 630 mil na conta dos
auditores.
Entre os bens do grupo, estão
imóveis e automóveis de luxo, flats, barcos, uma pousada em Visconde de Mauá,
na região serrana do Rio, e até uma lotérica.
Um dos auditores tem, sozinho,
mais de 30 imóveis. Os bens são incompatíveis com os rendimentos mensais dos
servidores, de cerca de R$ 18 mil.
Na operação desta quarta-feira
também foram apreendidos motos e carros importados, dinheiro (reais, dólares e
euros), documentos, computadores e pen-drives. A Justiça determinou o sequestro
dos bens.
A operação ocorreu na capital
paulista, em Santos e também em Cataguases, Minas Gerais. Foram mobilizados
mais de 40 pessoas, entre Promotores de Justiça, agentes da Controladoria Geral
do Município, e das Polícias Civis de São Paulo e de Minas Gerais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário