quarta-feira, 16 de outubro de 2013

COMENTÁRIO - SCARCELA JORGE - 16 DE OUTUBRO DE 2013

COMENTÁRIO
Scarcela Jorge.

POLÍTICOS IMORAIS

Nobres:
Um adágio eloquente referente ao nosso País – “o País das maravilhas corruptas” que evidenciou mais um cotidiano de desleixe e safadismo. Por mais de 2 mil políticos eleitos no ano passado, muitos dos quais empossados como prefeitos e vereadores, foram flagrados pelo Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) como beneficiários do programa Bolsa Família no primeiro semestre do ano. Depois de fazer o cruzamento dos dados da folha de pagamento do programa com a base de informações das eleições municipais fornecida pelo Tribunal Superior Eleitoral, o governo constatou as irregularidades e suspendeu o pagamento dos benefícios. Mais: determinou o ressarcimento do dinheiro recebido indevidamente pelos beneficiários eleitos. É uma resposta branda para quem pratica a gatunagem inserida no programa que estabelece o mínimo de concentração da miséria absoluta no país. A regra é clara:  de acordo com o artigo 25 do decreto que regulamenta o Bolsa Família, o beneficiário perde o direito ao recebimento quando ocorre “posse em cargo eletivo remunerado, de qualquer uma das três esferas de governo”. Muitos políticos, porém, simplesmente ignoraram a norma e continuaram recebendo o auxílio social mesmo depois que a renda familiar elevou-se consideravelmente com os vencimentos correspondentes ao cargo público. Até pode haver algum caso de desconhecimento, que achamos difícil que venha ocorrer, considerando-se a precariedade de algumas administrações municipais e parlamentos em regiões mais remotas do país. Todavia a maioria dos casos resulta da falsa esperteza de quem se acha no direito de se apropriar de dinheiro público. O episódio contribui para o descrédito da classe política, mas também evidencia a dificuldade dos administradores do programa em manter um controle rígido dos benefícios, para que espertalhões não comprometam um sistema que favorece tanta gente necessitada. Os políticos flagrados com a mão na bolsa deveriam não apenas devolver o que receberam irregularmente, mas também serem submetidos a processo de revisão de seus mandatos. Possibilidade remotíssima em se tratando de punir os corruptos.

Antônio Scarcela Jorge.

Nenhum comentário:

Postar um comentário