quinta-feira, 17 de outubro de 2013

COMENTÁRIO - SCARCELA JORGE - 17 DE OUTUBRO DE 2013

COMENTÁRIO
Scarcela Jorge.

POLÍTICA AFERRADA

Nobres:
É inegável constatar o progresso que a nação alcançou nesse período. Idêntica abertura de apreciação também permite verificar onde o país parou. Citamos, por exemplo, às reformas estruturais, especialmente a tributária, a política e a revisão do pacto federativo. Estamos com pelo menos 20 anos de atraso nesses assuntos. A sociedade inquieta no momento esteve presencial de todo esse nó; um nó que não desatou. Nos mandatos de Fernando Henrique, Lula e Dilma, até houve incipiências em relação às reformas. Mas nenhum dos presidentes, por mais que pessoalmente desejassem fazer as mudanças, conseguiu vencer as resistências. Inclua-se nesse rol de estagnações o gargalo da nossa infraestrutura. Vivemos um colapso no trânsito em quase todas as cidades, grandes e pequenas  e até nas rodovias quando ocorre o fluxo de veículos próximos aas grandes metrópoles nacionais. Por desses desleixes o governo emperrou o progresso e permitiu que uma lerdeza incompetente e burocrática vencesse a urgência das obras. É um preço que ainda a sociedade brasileira irá pagar durante muitos anos até virar esse jogo. O preço de os governos não terem planejado o país para o tamanho que ele poderia ter. Cabe por evidência o atual governo que padronizou ações da política partidária elo de sustentação e de possível permanência do poder por muitos anos a troco da corrupção como elemento de “essência”. Isso tudo deixa evidente que o debate das próximas eleições presidenciais precisa olhar para frente, enxergar as necessidades reais e inaugurar novas matérias, sem ficar refém da gangorra artificial que se criou entre as heranças tucana e petista diante dessa espécie de bipartidarismo em que querem enquadrar a todos. Todavia, entendo que tal simplificação gera uma interpretação obtusa e incompleta da realidade. Ou mesmo demagógica. Um novo alento dá a sociedade racional e que entende de política como elemento fundamental abdicando a ânsia partidária abrindo uma alternativa inovadora ocasionada pela aproximação entre Marina Silva e Eduardo Campos conseguirá ajudar a fazer esse aprimoramento do debate, só o tempo e a postura dos candidatos dirão. O correto é que, para além de quaisquer escolhas eleitorais, o Brasil precisará olhar para o horizonte, muito mais do que para o passado, em 2014. Reconhecendo conquistas, sem dúvida, mas especialmente enfrentando o que precisa ser enfrentado: seu contraditório sistema político, seu monstruoso sistema tributário, seu centralizador pacto federativo e sua esgotada infraestrutura. Recuperar a representatividade dos partidos e da política passa por isto: ir direto ao ponto fundamental que sejamos evoluir a cultura e desenvolvimento político da nação.
Antônio Scarcela Jorge.

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