METODOLOGIA DE PREÇOS DA
PETROBRAS DEVE CONTEMPLAR AJUSTES AUTOMÁTICOS
A nova metodologia de preços de
combustíveis da Petrobras para
diesel e gasolina, que aguarda o aval do Conselho de Administração da empresa,
quando validada deverá contemplar ajustes automáticos, disse nesta
segunda-feira (28) o diretor financeiro da estatal, Almir Barbassa. - A
Petrobras anunciou a aprovação da metodologia pela diretoria na sexta-feira,
junto com os resultados trimestrais, mas não divulgou detalhes do mecanismo. - A
nova metodologia visa garantir que a Petrobras possa cumprir seu grande plano
de investimentos, assim como reduzir a alavancagem, em um momento que o índice
superou o "teto desejável" de 35%, disse o diretor financeiro. - "O
que estamos prevendo é que a nova política contemple a nossa previsibilidade e
permita a implantação do plano de negócios que temos", afirmou Barbassa,
referindo-se aos investimentos de US$ 236,7 bilhões previstos de 2013 a 2017. -
"Será um ajuste automático, não requer voltar à diretoria para
aprovação", disse Barbassa, em entrevista a jornalistas, após dar
explicações a analistas. - O Conselho da Petrobras, integrado por
representantes do governo (sócio controlador), pediu prazo até 22 de novembro
para avaliar a nova metodologia proposta pela diretoria. - O governo controla
os reajustes de combustíveis da estatal por conta questões relacionadas à
inflação. Já a Petrobras quer que a nova metodologia traga maior
previsibilidade do alinhamento dos preços domésticos do diesel e da gasolina
aos preços praticados no mercado internacional. - A atual política de preços da
Petrobras, com reajustes esporádicos que não acompanham valores internacionais
no curto prazo e provocam defasagem, está afetando a companhia num momento em
que a empresa vem importando derivados para fazer frente ao crescimento do
consumo brasileiro, principalmente por diesel. - "Temos uma política de
preços amplamente conhecida que funcionou por muito tempo, entretanto,
ultrapassamos agora os limites que nos auto impusemos e, tendo em vista o
programa de investimentos, achamos por bem a adequação à realidade e a redução
da alavancagem", afirmou o executivo, durante a teleconferência.
Balanço
O lucro da Petrobras no terceiro
veio bem aquém da previsão de analistas com queda
de 39% em relação a igual período do ano passado, com impacto principalmente da importação elevada de derivados por um
preço alto que não foi repassado ao consumidor brasileiro. - A nova metodologia
terá foco nos valores praticados para gasolina e óleo diesel, combustíveis que
têm mais peso tanto na receita da Petrobras quanto na inflação. - Já produtos
como nafta e querosene de aviação não deverão ser incluídos na nova
metodologia, segundo Barbassa. - "O que é relevante para a empresa são
diesel e gasolina. Os demais têm influência menor na geração de caixa",
disse, acrescentando que os dois derivados têm participação de cerca de 50% na
receita da Petrobras. - A Petrobras costumava reajustar mensalmente os preços
de produtos como nafta e querosene de aviação, pois o impacto desses
combustíveis na inflação é bem menor que a importância da gasolina e do diesel.
- Barbassa confirmou que a Petrobras continuará usando a mesma metodologia para
nafta e querosene de aviação, mas não informou se os reajustes continuam
ocorrendo mensalmente, como vem ocorrendo nos últimos anos. - O Conselho da
Petrobras, presidido pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, preocupado com a
inflação, pediu novas simulações e mais estudos sobre a metodologia de preços
requerida pela diretoria da empresa. - Além da defasagem de preços, a
alavancagem da estatal voltou a subir no terceiro trimestre. A relação
dívida/patrimônio líquido subiu de 31%, em 31 de dezembro de 2012, para 36% em
30 de setembro, acima dos 35% considerados como teto desejável, disse Barbassa.
- Ele evitou comentar se haverá um mecanismo amortecedor para que eventuais
altas de preços da Petrobras não sejam integralmente repassados ao consumidor.
Ações da Petrobras
A Bolsa de Valores de São Paulo
opera em alta nesta segunda-feira,
impulsionada pela forte alta nos papéis da Petrobras. Às 15h14, o Ibovespa, principal índice da bolsa paulista, subia 0,77%,
aos 54.572 pontos. Perto deste horário, as ações ordinárias da Petrobras subiam
quase 9%, enquanto as preferenciais tinham alta perto de 7%.
Fonte: - Reuters.
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