E-mails do governo serão
protegidos por novo sistema, diz Dilma no Twitter.
A presidente Dilma Rousseff disse
neste domingo que o governo vai criar de um sistema nacional de e-mail
criptografado para evitar que autoridades nacionais sejam alvo de espionagem. A
determinação foi dada ao Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro),
empresa pública vinculada ao Ministério da Fazenda.
"Esta é a primeira medida
para ampliar a privacidade e a inviolabilidade de mensagens oficiais",
afirmou a presidente, em sua conta oficial no Twitter. "É preciso mais
segurança nas mensagens para prevenir uma possível espionagem."
O sistema será desenvolvido pela
Serpro em parceria com os Correios e terá uso obrigatório no governo. O
Ministério das Comunicações deve começar a testá-lo ainda neste mês. A Serpro e
os Correios também estudam o lançamento de um serviço público e gratuito de
e-mail seguro para a população.
Outras medidas para dar segurança
às informações têm sido desenvolvidas em sintonia com o Planalto. A Agência
Brasileira de Inteligência (ABIN) criou e está agora aprimorando telefones
fixos e celulares que transmitem sinal criptografado e dificultam a
decodificação de conversas sigilosas. Apesar da dificuldade de usá-los, mais
assessores e ministros pediram à agência para receber os aparelhos.
A ABIN também apresentou ao
Palácio do Planalto uma espécie de pen drive que cria áreas seguras em
computadores, dispositivos e sistemas. Os documentos criados nesse ambiente são
automaticamente criptografados e podem ser enviados pela internet com
segurança.
O governo também quer comprar um
satélite geoestacionário próprio, por meio da Telebrás. Hoje, dados, telefonia,
sinais de TV paga e comunicações militares passam pelo satélite da Embratel,
privatizada em 1997 e, atualmente, nas mãos da Claro, do empresário mexicano
Carlos Slim.
O satélite e a tecnologia serão
fornecidos pelo grupo franco-italiano Thales Alenia Space. A Visiona, uma joint
venture entre a Telebrás e a Embraer, será a responsável pela montagem do
satélite, e a tecnologia ficará a cargo da Agência Espacial Brasileira (AEB).
Ao custo de cerca de US$ 600 milhões, ele deve entrar em órbita em 2016.
No mês passado, reportagens do
jornalista Glenn Greenwald mostraram que a presidente Dilma Rousseff foi objeto
de monitoramento direto da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos
(NSA). O órgão invadiu telefonemas e e-mails enviados por Dilma a seus
assessores, além de mensagens trocadas entre ela e o atual presidente mexicano,
Enrique Peña Nieto. O repórter se baseou em documentos revelados pelo ex-técnico
da NSA Edward Snowden.
Dilma cobrou esclarecimentos do
presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Insatisfeita com as explicações,
ela decidiu cancelou a visita oficial que faria ao país neste mês.
Fonte: Agência Estado.
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