PROS E SOLIDARIEDADE DISPUTAM 'METRO QUADRADO' NA
CÂMARA.
Em meio à pressão dos
parlamentares das duas legendas pelo espaço físico, uma das soluções
consideradas por integrantes da Casa é o de desalojar servidores lotados no
prédio onde funciona as comissões permanentes e chamado por alguns funcionários
de "Avenida Vieira Souto", conhecida Avenida do Rio de Janeiro,
famosa por ter um dos mais altos custos por metro quadrado da América Latina, e
transferi-los para uma área utilizada como "depósito". O possível
destino desses servidores fica no subsolo do edifício, onde estão os gabinetes
da maioria dos deputados.
O material guardado neste local
destinado a depósito, deverá ser transferido para uma espécie de abrigo, a ser
construído nas proximidades de um dos estacionamentos da Casa, num local hoje
destinado a um viveiro. Essas mudanças devem ser realizadas durante o recesso
parlamentar, previsto para começar no final de dezembro, período em que a Casa
fica praticamente vazia.
Por terem sido criados no meio da
legislatura, o Solidariedade e o PROS devem ocupar, de forma emergencial até o
início do próximo ano, duas salas de 35 m2. O endereço da liderança do PROS,
por exemplo, deverá ser a sala destinada aos representantes do Ministério
Público.
Já o Solidariedade ficará em
outra área localizada no Anexo III, até então rejeitada pelos servidores em
razão de o espaço concentrar um forte cheiro de gordura, oriundo do restaurante
que fica no andar abaixo. Em 2014, a previsão é que as duas legendas ocupem
juntas uma área de cerca de 310 m2, no prédio das comissões.
Disputa política. Mas não é só a
briga por espaço físico que mobiliza no momento as duas novas legendas. Uma
outra disputa interna, envolvendo desta vez espaço político, também começa a
tomar corpo nos bastidores da Casa. Com a criação do Pros e do Solidariedade, um
novo remanejamento na composição das comissões permanentes da Câmara deverá ser
feito no início do próximo ano.
Em tese, o SDD e o PROS, por
terem uma bancada com 22 e 17 deputados, respectivamente, têm direito de
escolher o comando de uma das comissões. Em contrapartida, o PSC que indicou o
deputado Marco Feliciano (SP) para presidir a comissão de Direitos Humanos, por
exemplo, perde essa prerrogativa. A dança das cadeiras também atinge o PR, que
em tese passaria a indicar o presidente de apenas uma comissão, em vez das duas
atuais.
Além da presidência do colegiado,
uma nova redistribuição da própria composição das comissões deverá ser feita
para acomodar integrantes das duas legendas.
"Claro que vai dar briga,
mas não vamos entrar nisso. É preciso fazer os ajustes da mesma forma como
fizeram com o PSD", defendeu o líder do PPS, Rubens Bueno (PR).
Os ajustes feitos na composição
das comissões para atender o PSD ocorreram apenas cerca de seis meses depois da
criação da legenda. Na ocasião, ficou decidido que o partido teria o direito de
comandar duas comissões. Segundo técnicos da Câmara ouvidos pelo Broadcast
Político, esse entendimento pode ser interpretado de forma que ele só valeria
para o PSD.
"Acho que vão dificultar
essa questão das comissões. Eu mesmo não gostaria de ceder nossos espaços
conquistado no processo eleitoral, acho que complica", disse o líder do
PTB, Jovair Arantes (GO). "Daqui até o início do ano, vai ter muita
confusão, até porque o presidente (da Casa) Henrique Eduardo Alves já disse que
nenhum partido vai perder", afirmou o líder do PDT, André Figueiredo (CE).
"É preciso regras perenes, porque se não daqui a pouco cada um dos 513
deputados terá um partido e as reuniões de bancada serão no plenário",
ironizou.
Favorecido pelas regras
implantadas em 2012, o líder do PSD, Eduardo Sciarra (PR), também vê no
horizonte problemas na discussão sobre o tema. "Sou a favor de ceder tudo
de acordo com a proporcionalidade. Mas na maioria dos partidos, ninguém quer
ceder", admitiu.
Além da questão do espaço físico
e político, a Câmara deverá encontrar também uma saída para a criação de cargos
para o SDD e PROS. De acordo com as regras da Casa, cada um terá direito a 51
funcionários, entre comissionados e servidores.
Fonte: O Estado.
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