LULA
AFIRMA QUE, EM 2014, ATUARÁ COMO "CANDIDATO"
Depois de dizer que está "no
jogo", o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva mostrou que será um caixeiro
viajante para reeleger sua sucessora, Dilma Rousseff. "Quero ser a
metamorfose ambulante da Dilma", afirmou ele, em entrevista aos jornais que
circulam na capital federal. - A cúpula do PT só aguarda a definição do quadro
partidário, nesta semana, para montar uma agenda de viagens para Lula. Pela
lei, o prazo de filiação para quem quiser disputar a eleição do ano que vem
termina no sábado. Lula não ficará na coordenação da campanha de Dilma, mas
deixou claro o que todos já sabiam no meio político: pedirá votos para a
presidente, muitas vezes se revezando com ela nos palanques. - "Eu vou
percorrer o Brasil como se eu fosse candidato", afirmou Lula. "Se ela
não puder ir para o comício num determinado dia, eu vou ao lugar dela. Se ela
for para o Sul, eu vou para o Norte. Se ela for para o Nordeste, eu vou para o
Sudeste. A única coisa que eu não vou fazer é cantar, porque sou desafinado,
mas, no resto, ela pode contar comigo." A estratégia do
"revezamento" já foi usada por Lula no fim da campanha de 2010,
quando ele lançou Dilma à Presidência. Essa "divisão de tarefas"
sempre foi defendida pelo marqueteiro João Santana como forma de multiplicar a
propaganda petista.- Na entrevista, o ex-presidente também avisou que não
aceitará divisões no PT em relação a Dilma, enterrando de vez o "Volta
Lula", entoado por setores do partido. "Se houver alguém que se diz
lulista, e não dilmista, eu o dispenso de ser lulista", insistiu. "Eu
não estou pedindo que as pessoas gostem dela. Eu quero que as pessoas a
respeitem na função institucional e saibam que o PT está lá para apoiá-la. -
“Na avaliação de Lula, o PT e integrantes do governo erraram ao empurrar o
governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), para fora da base aliada”.
"Foi um prejuízo para a gente ter o PSB, e, sobretudo o Eduardo, do outro
lado", disse o ex-presidente. Mesmo assim, ele afirmou não dar "de
barato" que Campos - presidente do PSB - dispute o Palácio do Planalto com
Dilma, no ano que vem. - "Eu não dou de barato que as coisas estão
definidas na eleição. Nem para o Eduardo Campos ser candidato nem para o Aécio
(Neves) ser candidato. Sabe-se lá o que o (José) Serra vai tramar contra o
Aécio?", argumentou Lula. - O senador Aécio Neves (MG), presidente do
PSDB, é o provável pré-candidato tucano à sucessão de Dilma, mas dirigentes
petistas acham que o ex-governador José Serra (PSDB) poderá desbancá-lo do
posto. O presidente do PPS, deputado Roberto Freire (PE), ainda nutre esperanças
na saída de Serra do PSDB. Freire quer dar legenda a Serra para que ele possa
novamente concorrer ao Planalto. - Para Lula, a ex-senadora Marina Silva tem o
direito de criar um partido, mas precisa assumir que está entrando nesse jogo.
"Tem de ter coragem de dizer que é partido, não tem de inventar outro
nome, dizer que não é partido, é uma rede. É partido e vai ter deputado, como
todo partido", provocou o ex-presidente, numa referência à Rede
Sustentabilidade, como Marina batizou a sigla que pretende criar. Marina foi
ministra do Meio Ambiente do governo Lula e deixou o cargo em maio de 2008,
após desentendimentos com Dilma, que então era chefe da Casa Civil. - O
ex-presidente foi econômico ao comentar a decisão da Controladoria-Geral da
União (CGU) de afastar do serviço público, por cinco anos, a então chefe de
gabinete do escritório da Presidência em São Paulo, Rosemary Noronha, acusada
de tráfico de influência pela Operação Porto Seguro, da Polícia Federal (PF). "Ela
já estava demitida. O que a CGU fez foi confirmar o que todo mundo já sabia que
ia acontecer", afirmou Lula. "O servidor que comete algum ilícito tem
de ser exonerado. O que valeu para o escritório (da Presidência) vale para
qualquer lugar no Brasil no setor público." Foi a primeira vez que ele se
manifestou sobre a investigação da PF que atingiu Rosemary. - Lula disse não se
arrepender das indicações que fez para o Supremo Tribunal Federal (STF). Mas,
questionado sobre se as faria à luz das informações que tem hoje, admitiu:
"Eu teria mais critério". Saiu de sua caneta, por exemplo, a
indicação do atual presidente do Supremo, Joaquim Barbosa, que, no julgamento
do mensalão, condenou todos os réus do PT.
Fonte: Agência
Nacional.
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