NACIONAL
POR UNANIMIDADE, CÂMARA APROVA FIM DO VOTO SECRETO
NO LEGISLATIVO.
Decisão
incide sobre votações no Congresso Nacional e Assembleias Legislativas, além
das Câmaras Municipais e a Distrital; 452 deputados votaram.
Brasília - A Câmara dos Deputados
aprovou na noite desta terça-feira, por unanimidade, a Proposta de Emenda à
Constituição (PEC) 349, que acaba com o voto secreto no Poder Legislativo.
Após a sessão da última
quarta-feira que manteve o mandato de Natan Donadon (sem partido-RO), condenado
a mais de 13 anos de prisão por peculato e formação de quadrilha, os deputados
ressuscitaram uma PEC de 2001 que só precisava da votação em segundo turno para
seguir para o Senado.
Com um quórum de 453
parlamentares em plenário, a PEC foi aprovada por 452 a favor (não é
contabilizado o voto do presidente da Casa).
Os parlamentares passaram boa
parte da sessão lamentando a preservação do cargo de Donadon e justificando as
ausências da última semana. Diante da repercussão negativa junto à opinião
pública, eles pediram desculpas à população e concluíram de que este era o
momento de acabar com as votações secretas em todas as circunstâncias no
Parlamento.
"O povo brasileiro não quer
mais impunidade", declarou o líder do PSOL, Ivan Valente (SP).
Alguns deputados também pediram
que o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), fizesse
"autocrítica" do episódio e disseram que ele poderia ter evitado a
situação constrangedora da Casa decretando a perda do mandato de Donadon.
"Acho que a primeira responsabilidade é dele (Alves)", disse Fernando
Ferro (PT-PE).
O líder do PMDB, Eduardo Cunha
(RJ), anunciou que seu partido não votará a PEC 196 - que propõe a suspensão do
sigilo do voto dos parlamentares apenas para cassação de mandato e ainda
tramita numa comissão especial da Câmara - porque a bancada chegou à conclusão
de que é preciso acabar com o voto secreto em todas as circunstâncias.
"Não vamos fazer o papel de votar duas vezes", avisou. Cunha disse
também que o partido vai apoiar a PEC que tramita no Senado e prevê a perda
automática do mandato em situações como a de Donadon.
O projeto, do então deputado Luiz
Antonio Fleury (na época do PTB-SP) e relatado pelo hoje ministro da Justiça
José Eduardo Cardozo (PT-SP), extingue a votação secreta no âmbito do Poder
Legislativo, ou seja, o Congresso Nacional, as Assembleias Legislativas, as
Câmaras Municipais e a Distrital são obrigados a abrir o voto em todas as
circunstâncias.
O texto diz que os parlamentares
passam a votar de forma aberta em situações como: processo de escolha de chefes
de missão diplomática de caráter permanente, na exoneração (de ofício) do Procurador-Geral
da República, em sessões sobre perda de mandato parlamentar e nas votações dos
vetos presidenciais.
Fonte: Agência
Brasil.
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