Scarcela
Jorge.
O CASO POLÊMICO DOS MÉDICOS.
Nobres:
Tem um adágio
popular que o “Brasil só fecha as portas quando roubado”. Não obstante, cai bem
pela forma padronizada por majoritária parte dos políticos deste país. - Assim
como viu o povo na rua, cobrando atenção à Saúde Pública, Dilma adotou prática
tão antiga quanto namorar no portão. Escolheu um inimigo e o apontou à
sociedade: os médicos brasileiros. A partir daí, jogou contra eles os raios e
trovões que conseguiu recolher em seu repertório. A saúde pública tem
problemas. Falta atendimento, dinheiro, leitos. São longas as filas. Esperam-se
meses por um exame e anos por uma cirurgia. De quem é a culpa? Segundo a
presidente, a culpa é dos médicos: Mas a sociedade sabe que a culpa é do
governo. - Sua Excelência cuidou de passar à sociedade a impressão de que eles
preferem viver nos grandes centros não porque ali estejam os melhores
hospitais, laboratórios e equipamentos, mas porque ali estão os melhores
restaurantes, clubes e cinemas. Foi para a tevê tecer ironias com o fato de que
os primeiros a fazerem opções no “Programa Mais Médicos” preferiram localidades
litorâneas. A compreensão dessa mensagem pelos sem discernimento (estamos
falando de dezenas de milhões) fica assim: os doutores gostam, mesmo, é de
praia. Através dessas sutilezas, o governo tenta convencer a sociedade de que
os médicos não vão para as pequenas comunidades porque se lixam para as
carências com que ele, governo, se preocupa. Opa! Preocupa-se agora, preocupa-se
depois das vaias, preocupa-se depois das passeatas. E esquece que, pelos mesmos
motivos, milhões de outros profissionais também preferem trabalhar em centros
urbanos mais dinâmicos. Identificado o inimigo, a presidente partiu para o
ataque.
Criou um 2º ciclo de formação médica, obrigatório, a serviço (com
licença da palavra!) do SUS, com duração de dois anos, a ser prestado onde
houver necessidade. Fez com que os médicos perdessem a exclusividade de
diversas atribuições relativas a diagnósticos e prescrição de tratamentos.
Jogou na lixeira a insistente e lúcida recomendação no sentido de que seja
criada na área médica uma carreira de Estado, semelhante à que existe para as
carreiras jurídicas. Explico isso melhor: espontaneamente, nenhum juiz ou promotor
vai solicitar lotação em cidades pequenininhas e sem melhor estrutura de vida.
No entanto, como etapa de uma carreira atraente e segundo regras bem definidas,
sim. É desse modo que se resolvem as coisas numa sociedade de homens livres.
Nada revela melhor a vocação totalitária do partido que nos governa do que este
episódio. É uma vocação que dispensa palavras, que atropela leis e se expressa
nas grandes afeições. Cubanas, por exemplo. A vinda dos médicos arrematados em
Castro & Castro Cia. Ltda. permite compor um catálogo de transgressões aos
princípios da liberdade individual, da dignidade da pessoa humana, da justiça,
da equidade, da proporcionalidade, do valor do trabalho. Repugna toda
consciência bem formada a ideia de que um país possa alugar seus cidadãos a
outro, enviá-los aos magotes como cachos de banana, beneficiar-se
financeiramente dessa operação em proporções escandalosas e ainda fazer reféns
as respectivas famílias por garantia da plena execução do mandado. E há quem
afirme que toda oposição a uma monstruosidade dessas é “preconceito
ideológico”! Pois pensamos diferente: acolher como louvável semelhante anomalia
política é coisa que só se explica por
desvio do juízo moral. Dilma e os seus gostariam de dispor dos brasileiros como
coisas suas, assim como os Castro dispõem dos cubanos. Sendo impossível,
buscam-nos lá, do mesmo modo como, antigamente, eram trazidos escravos das
feitorias portuguesas no litoral africano. No contexto veio criar uma situação
embaraçosa para uma solução se bem aplicada há muito e não esperar o momento
grave no sistema da saúde que perdura mais direcionalmente os governos
lulopetista.
Antônio Scarcela Jorge.
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