Dirceu diz
estar 'confiante' sobre prisão e que virou 'alvo da inveja da elite'
Ex-ministro, que aguarda o STF
decretar sua prisão pelo mensalão, defendeu reforma fiscal e política para o
fortalecimento do Estado e atacou a direita no Brasil, que tem um 'discurso do
passado' e 'complexo de vira-lata' - José
Dirceu disse nesta terça-feira (10) que está tranquilo e confiante enquanto
espera o encerramento do julgamento do mensalão e sua ida à prisão, e voltou a
alegar inocência. “Me sinto muito seguro, e muito confiante quanto ao meu
futuro”, disse. “Evidentemente eu cometi muitos erros, e sou responsável por
muitos desses erros, mas não dos que me acusam. Desses, jamais. - Dirceu falou
em entrevista transmitida ao vivo pelo site da Fundação Perseu Abramo,
instituição ligada ao PT. Em cerca de 1h30 de conversa, disse ser alvo de
uma campanha de difamação que tentou acabar, inclusive, com suas fontes de
renda, e torna-lo um “exilado dentro do próprio País” e atribuiu a sua
condenação à “inveja das elites”. “Infelizmente, eu fui transformado em
principal alvo da inveja da elite brasileira, que não se conforma com o papel
do presidente Lula no crescimento do Brasil. Eu acabei sendo escolhido para ser
um pouco o símbolo desse ressentimento, uma inveja, um ódio que eles procuram
disseminar na sociedade contra nós (o PT).” - O ex-ministro da Casa Civil do
primeiro governo Lula foi condenado a mais de 10 anos de prisão como o chefe da quadrilha no esquema do mensalão que, segundo o Supremo
Tribunal Federal (STF), pagou propinas para comprar apoio na Câmara Federal,
entre 2002 e 2003. A denúncia, julgada no ano passado pelo Supremo, tornou-se
pública em 2005. Atualmente, ele aguarda a reta-final do julgamento na Corte, que
deve decretar sua prisão ainda essa semana. - Dirceu, que foi entrevistado por
Márcio Pochmann, disse que mesmo com a exposição do processo durante 8 anos até
a condenação, não parou de militar “nem por um minuto”. “Eu dediquei 50 anos da
minha vida ao Brasil e os últimos 30 anos ao PT. E servi ao presidente Lula, e
me sinto realizado. – “Eu fiz o que tive que fazer, continuei o que eu sempre
fui, não mudei”, afirmou. “A minha natureza é a natureza política, eu sempre
vou continuar a ser o Zé Dirceu do PT.”
Discurso do passado
Dirceu elogiou os 10 anos de
governo do PT, nos quais, em sua avaliação, o Brasil avançou muito, em uma
agenda “de esquerda e progressista”, o que esvaziou o discurso da direita do
País, atualmente representada pela “coalizão” liderada pelo PSDB, com o DEM e o
PPS. “A direita brasileira está sem discurso nesse momento, é um discurso do
passado. Ela não consegue pensar o Brasil como ele é”, atacou. “O Brasil é sim
uma grande nação e a direita não consegue ver isso. É sim um complexo de
vira-lata. – “E falta um sentimento popular, que ela não gosta.”
Fonte: Agência O Estado.
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