O CURSO DO TEMPO
ONTEM: - JOAQUIM BARBOSA (menino - a nossa esquerda)
HOJE: MINISTRO JOAQUIM BARBOSA - PRESIDENTE DO STF. (a nossa direita)
Joaquim Barbosa nasceu em
Paracatu, noroeste de Minas Gerais. É o primogênito de oito filhos. Pai
pedreiro e mãe dona de casa, passou a ser arrimo de família quando estes se
separaram. Aos 16 anos foi sozinho para Brasília, arranjou emprego na gráfica
do Correio Braziliense e terminou o segundo grau, sempre estudando em colégio
público. Obteve seu bacharelado em Direito na Universidade de Brasília, onde,
em seguida, obteve seu mestrado em Direito do Estado. Foi Oficial de
Chancelaria do Ministério das Relações Exteriores (1976-1979), tendo servido na
Embaixada do Brasil em Helsinki, Finlândia e, após, foi advogado do Serviço
Federal de Processamento de Dados. Prestou concurso público para procurador da
República, e foi aprovado. Licenciou-se do cargo e foi estudar na França, por
quatro anos, tendo obtido seu mestrado e doutorado ambos em Direito Público,
pela Universidade de Paris-II (Panthéon-Assas) em 1990 e 1993. Retornou ao
cargo de procurador no Rio de Janeiro e professor concursado da Universidade do
Estado do Rio de Janeiro. Foi visiting scholar no Human Rights Institute da
faculdade de direito da Universidade Columbia em Nova York (1999 a 2000) e na Universidade
da Califórnia Los Angeles School of Law (2002 a 2003). Fez estudos
complementares de idiomas estrangeiros no Brasil, na Inglaterra, nos Estados
Unidos, na Áustria e na Alemanha. É fluente em francês, inglês, alemão e
espanhol. Toca piano e violino desde os 16 anos de idade. Foi indicado Ministro
do STF por Lula em 2003. Embora se diga que ele é o primeiro negro a ser
ministro do STF, ele foi, na verdade, o terceiro, sendo precedido por
Hermenegildo de Barros (de 1919 a 1937) e Pedro Lessa (de 1907 a 1921).
Assumiu em 2006 a relatoria da
denúncia contra os acusados do mensalão feita pelo Procurador-Geral da
República, Antonio Fernando de Souza. Durante o julgamento defendeu a aceitação
das denúncias contra os quarenta réus do Mensalão, o que foi aceito pelo
tribunal. O julgamento prossegue no Supremo, pelo menos até 2012, podendo até
reverter o fato histórico de o STF, desde sua criação em 1824, nunca ter
condenado nenhum político. Em artigo comentando o julgamento, a Revista Veja
escreveu: "O Brasil nunca teve um ministro como ele. No julgamento
histórico em que o STF pôs os mensaleiros (e o governo e o PT) no banco dos
réus, Joaquim Barbosa foi a estrela – ele, o negro que fala alemão, o mineiro
que dança forró, o juiz que adora história e ternos de Los Angeles e
Paris". Segundo a Veja: "O ministro Joaquim Barbosa, mineiro de 52
anos, votou em Lula, mas foi implacável na denúncia do mensalão" Em março
de 2011 Barbosa ordenou a quebra do sigilo fiscal dos 38 réus do mensalão. Nas
112 votações que o tribunal realizou durante o julgamento, o voto de Barbosa,
como relator do processo, foi seguido pelo de seus pares em todas as ocasiões –
e, em 96 delas, por unanimidade. Tocou a Barbosa também a relatoria do processo
do mensalão tucano, no qual um dos fundadores do PSDB, o atual deputado Eduardo
Azeredo (PSDB- MG), contra quem o Ministério Público Federal apresentara
denúncias de crimes de peculato (desvio de dinheiro público) e lavagem de
dinheiro, que teriam sido cometidos em 1998 quando Azeredo fora governador de
Minas Gerais. Seu extenso e detalhado voto, que aceitava as denúncias e levava
Eduardo Azeredo (PSDB-MG) ao banco dos réus, foi acolhido pela maioria do
plenário, sagrando-se vitorioso por cinco votos contra três.
Fonte: Agência Brasil.
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