STF retoma definição de penas dos condenados no julgamento do mensalão
Depois de 12 dias de recesso, o Supremo Tribunal Federal (STF) retoma a
definição da dosimetria dos condenados no julgamento do mensalão.
Na
sessão desta quarta-feira, 7, os ministros passam a definir a pena para
Ramon Hollerbach, um dos ex-sócios do empresário Marcos Valério de Souza
Fernandes. Ele foi condenado por corrupção ativa, evasão de divisas,
peculato, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Até agora,
Hollerbach acumula pouco mais de 14 anos de prisão. A TV Estadão
transmite a sessão a partir das 14 horas Desde que a fase
condenatória do julgamento terminou, Marcos Valério foi o único réu que
teve a sua pena definida. O empresário acumula mais de 40 anos de
reclusão pelos crimes de corrupção ativa, formação de quadrilha,
peculato, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. A decisão, no
entanto, ainda é provisória. Um debate sobre uma possível redução
da pena do empresário já teve início no tribunal por causa de sua
contribuição às investigações que resultaram na condenação dos acusados
de integrar o esquema. Além de Valério, que entregou ao Ministério
Público Federal uma lista de beneficiários dos pagamentos do mensalão, o
presidente do PTB e deputado cassado Roberto Jefferson também poderá
ser beneficiado com redução da pena - foi o político quem trouxe a
público o esquema em 2005. O tribunal também precisa definir o
critério que será usado para estabelecer uma pena final a cada um dos 25
condenados, já que no Brasil o máximo que um condenado pode ficar preso
é por 30 anos. Os ministros discutem sobre o 'concurso material'
(quando as penas de todos os crimes são acumuladas), o 'concurso formal'
(em que o acusado pratica duas ou mais infrações, mas não há soma) e o
'crime continuado' (situação em que se caracteriza uma sequência de
infrações, mas sem soma). O presidente da Corte, Carlos Ayres
Britto afirmou que uma eventual redução será com base "técnica". "Tudo é
possível no ajuste final, que chamamos de dosimetria", afirmou. Ele
deixou claro que uma redução da pena não tem relação com a proposta da
defesa de Marcos Valério, feita em setembro, ao STF e Ministério Público
Federal (MPF), de delação premiada mediante novas informações sobre o
caso. "É com base no que já se encontra nos autos", destacou. "Não tem
nada a ver com o que ele falou, se falou, em setembro". O
presidente do STF sequer confirmou o encontro de Valério. "Não sei nem
se ele falou em setembro". Ayres Britto acredita que a dosimetria das
penas dos 25 acusados no processo do mensalão será concluídas nas quatro
sessões que se realizam até o dia 18, quando ele completa 70 anos e se
aposenta compulsoriamente do cargo. "Prefiro acreditar que terminaremos o
processo em quatro sessões", afirmou.
Fonte: "Jornal O Estado de São Paulo"
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