DILMA
DIZ QUE NÃO DISCUTE SENTENÇA DO STF
Em entrevista publicada na edição
de ontem do jornal espanhol “El País”, a presidente Dilma Rousseff quebrou o
silêncio sobre o julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF),
que resultou na condenação de José Dirceu, José Genuíno, Delúbio Soares e
Marcos Valério, entre outros. Na condição de presidente, disse Dilma, a decisão
da instância deve ser acatada, e não discutida. O tema foi abordado pelo “El
País” ao final de reportagem de três páginas baseada em entrevista concedida ao
jornal na semana passada, em Brasília. O texto, intitulado “Dilma, la fuerte”,
fala de temas como a crise na Europa - a presidente volta a fazer críticas à
austeridade em curso na Europa -, sua visão da China e a receita econômica do
Brasil. Além disso, aborda sua luta contra a ditadura militar e seu tempo na
prisão. Segundo o “El País”, “Dilma não tem o carisma de Lula, mas brilha por
si mesma por sua eficácia e sua convicção política”. Ao final, o autor a
questiona sobre a crise do mensalão. “Como presidente da República, não posso
me manifestar sobre as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF). Acato suas
sentenças, não as discuto”, disse Dilma. A presidente então completou com uma
frase ambígua: “O que não significa que ninguém neste mundo de Deus esteja
acima de erros e das paixões humanas”. A reportagem não tenta esclarecer o
sentido da declaração. Dilma Rousseff deixou Cadiz, no sul da Espanha, onde
participou da Cúpula Ibero-Americana, e rumou para Madri na noite de sábado.
Ontem, pouco antes das 13h, deixou pela garagem o hotel Intercontinental, em
que está hospedada, evitando os jornalistas. Seu destino não foi divulgado. Com
o passar das horas, assessores confirmaram que a presidente esteve nos museus
Thyssen-Bornemisza e Prado, os dois mais famosos da capital. À tarde, visitou a
cidade histórica de Toledo, a cerca de 40 minutos de Madri. Seu retorno ao
hotel só aconteceu no início da noite. Hoje, a presidente tem agenda carregada.
Seus dois principais encontros são reuniões bilaterais com o rei da Espanha,
Juan Carlos, com quem almoçará, e com o primeiro-ministro, Mariano Rajoy. No
que diz respeito à interação econômica entre os dois países, um dos temas a
serem discutidos é a flexibilização da imigração para mão de obra qualificada,
segundo confirmou o assessor especial da presidência para Assuntos
Internacionais, Marco Aurélio Garcia. “Há uma demanda espanhola em particular,
mas também portuguesa. Para nós interessa, porque temos necessidade de quadros
em todas as áreas”, disse.
Fonte: O POVO
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