GURGEL: PRISÃO DOS RÉUS DO
MENSALÃO DEVE SER IMEDIATA.
O procurador-geral da República,
Roberto Gurgel, insistiu nesta quinta-feira na necessidade de o Supremo
Tribunal Federal (STF) ordenar a prisão imediata dos réus ao final do
julgamento. "O que o Ministério Público vai defender e já vem defendendo é
que não há motivo para que não se dê a execução definitiva imediata à decisão
do plenário do Supremo Tribunal Federal", afirmou o procurador em
entrevista a jornalistas. A tendência no STF é determinar as prisões apenas
após o julgamento de eventuais recursos dos condenados. O ministro Joaquim
Barbosa determinou na quarta-feira a apreensão dos passaportes brasileiros e
estrangeiros dos 25 condenados no processo do mensalão. Para o procurador, a apreensão
dos passaportes é uma "medida corriqueira" prevista na legislação
processual criminal brasileira. Ele destacou que na quarta-feira Joaquim
Barbosa também determinou a comunicação da decisão às autoridades responsáveis
pela fiscalização das fronteiras para que impeçam eventuais tentativas de saída
do País. "É algo que tranquiliza, na medida em que é preciso lutar pela
efetividade da decisão do Supremo", disse. Ao determinar a entrega dos
passaportes num prazo de 24 horas após a intimação dos réus, Joaquim Barbosa
fez críticas ao comportamento de alguns réus. "Uns (réus), por terem
realizado viagens ao exterior nesta fase final do julgamento. Outros, por darem
a impressão de serem pessoas fora do alcance da lei, a ponto de, em atitude de
manifesta afronta a este Supremo Tribunal Federal, qualificar como ''política''
a árdua, séria, imparcial e transparente atividade jurisdicional a que vem se
dedicando esta Corte, neste processo, desde o dia 2 de agosto último",
afirmou no despacho. Roberto Gurgel não quis comentar nesta quinta o teor do
depoimento prestado em setembro pelo publicitário Marcos Valério Fernandes de
Souza, que foi condenado pelo STF por envolvimento com o mensalão a penas que
somadas ultrapassam 40 anos de reclusão. Segundo Gurgel, o depoimento não tem
repercussões no processo do mensalão. "Nada do que eventualmente ele venha
a dizer ou tenha dito pode ser utilizado neste julgamento e também não pode
resultar para ele nenhum benefício neste julgamento", afirmou.
Fonte: Jornal O Estado de São
Paulo.
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