MENSALÃO E AS ESTÓRIAS DA CAROCHINHAS.
Independentemente de existir ou
não um novo depoimento do publicitário Marcos Valério, a Ação Penal 470, o
chamado processo do Mensalão, já foi julgada. A fase atual, como todos sabem, é
a dosimetria da pena, isto é, os ministros do Supremo Tribunal Federal discutem
a punição que cada um dos condenados terá que cumprir. Não há como se pensar em
abrir o processo e incluir um novo réu para ser julgado. Qualquer denúncia nova
de Marcos Valério ou de outro personagem do caso jamais interferirá na Ação
Penal 470. Poderá, sim, provocar uma nova investigação sobre aqueles que forem
acusados. Caso envolva o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – como muitos
oposicionistas e jornalistas acabam torcendo para acontecer -, a investigação
terá que ser feita na justiça de primeira instância, pois ele não tem mais
direito a foro especial. Ou seja, um processo com sentença transitada em
julgado demorará anos. Na própria rede de emails internos do Ministério Público
Federal tornou-se voz corrente que dificilmente alguma denúncia que Marcos
Valério faça o beneficiará na pena a ser imposta por conta das suas condenações
na Ação Penal 470. O beneficio da delação premiada até hoje tem ocorrido apenas
e tão somente na ação em que o “delator” responde e, neste caso, não há mais o
que ser feito. Outra história que poucos acreditam é que Marcos Valério, depois
de toda a notoriedade que conseguiu até agora, e com todo o status que
conquistou, pense em ingressar em um programa de Proteção às Testemunhas. Mesmo
que estes programas funcionassem bem no país, querer acreditar que o famoso
publicitário admite viver em um local recolhido com uma nova identidade é quase
que acreditar em estória da carochinha.
Fonte: comentário - Marcelo Auler
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