Ideias
CORRUPÇÃO E PODER
O Ministério Público Federal
denunciou que o mensalão teria sido abastecido com cinquenta e cinco milhões de
reais originários dos bancos Rural e BMG, somados a setenta e quatro milhões
desviados do fundo da Visanet, controlado pelo Banco do Brasil. Agora que o
julgamento do Mensalão se encaminha para o seu final com a definição das penas,
Marcos Valério, sem dúvida um dos cérebros do mensalão, diz à imprensa que este
valor foi subestimado; na verdade o valor real é de R$ 350 milhões. Valério se
sente traído e revoltado por ter acreditado demais na proteção que seus amigos
do PT lhe prometeram e que não poderiam dar. Agora tenta trazer o ex-presidente
Lula para dentro desta barafunda, alegando que "não podem condenar apenas
os mequetrefes". Enquanto isso, o revisor do processo, ministro Ricardo
Lewandowski, queixa-se, "perplexo", das críticas que seu colega
Joaquim Barbosa lhe fez, quando o ministro revisor se empenhou em aliviar a
pena para Valério.
Para o leigo em Direito, fica patente o esforço que os ministros Lewandowski e Dias Toffoli, ambos indicados para o Supremo por amizade pessoal, fazem para deixar dúvidas sobre a existência do Mensalão. Devem seguir a máxima bíblica: "A quem muito se deu, muito se exigirá" (Lc 12,48), já que outros ministros que também foram indicados pelo governo do PT não fazem aquela mobilização tão intensa. Esperava-se que Toffoli se declarasse impedido de participar do julgamento, já que ele trabalhou para o PT e foi assessor da Casa Civil, talvez seu maior título, quando Dirceu, principal réu, era ministro.
Francisco Braga Andrade.
Para o leigo em Direito, fica patente o esforço que os ministros Lewandowski e Dias Toffoli, ambos indicados para o Supremo por amizade pessoal, fazem para deixar dúvidas sobre a existência do Mensalão. Devem seguir a máxima bíblica: "A quem muito se deu, muito se exigirá" (Lc 12,48), já que outros ministros que também foram indicados pelo governo do PT não fazem aquela mobilização tão intensa. Esperava-se que Toffoli se declarasse impedido de participar do julgamento, já que ele trabalhou para o PT e foi assessor da Casa Civil, talvez seu maior título, quando Dirceu, principal réu, era ministro.
Francisco Braga Andrade.
Professor universitário e membro
da ACM
Fonte: - extraída de - “Opinião”
DN
Nenhum comentário:
Postar um comentário