MINISTRO LIBERA DENÚNCIA CONTRA RENAN PARA JULGAMENTO NO SUPREMO
Três anos após a Procuradoria-Geral da República ter
oferecido denúncia contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o
STF (Supremo Tribunal Federal) vai julgar se abre ação penal.
Se a acusação for acolhida pelo plenário do Supremo,
Renan passa a ser réu, respondendo pelos crimes de peculato, falsidade
ideológica e uso de documento falso.
Relator do caso, o ministro Luiz Edson Fachin liberou
para a pauta de julgamento o inquérito que apura se Renan usou dinheiro de
empreiteira para pagar pensão a uma filha que teve fora do casamento.
O
escândalo, ocorrido em 2007, foi um dos fatores que levou Renan a renunciar à
presidência do Senado na época.
Agora, cabe ao presidente do STF, Ricardo Lewandowski,
marcar a data da sessão que vai discutir o recebimento da denúncia.
O caso tramita em segredo de justiça no Supremo e
chegou ao tribunal em 2007.
Lewandowski era o relator original do caso, mas
deixou o processo quando assumiu a presidência do STF, em setembro de 2014.
Para justificar que tinha renda para fazer os
pagamentos da pensão, Renan apresentou documentos e disse que tinha recebido
uma parte com a venda de gado.
O suposto comprador, porém, negou que tenha
adquirido bois do senador.
Na denúncia, a Procuradoria disse que Renan não
possuía recursos disponíveis para custear os valores repassados a jornalista
Mônica Veloso entre janeiro de 2004 e dezembro de 2006, e que inseriu
"informações diversas das que deveriam ser escritas sobre seus ganhos com
atividade rural, com o fim de alterar a verdade sobre fato juridicamente
relevante, qual seja, sua capacidade financeira".
A pena prevista no Código Penal para o crime de
peculato (quando servidor utiliza o cargo para desviar dinheiro público) é de 2
a 12 anos de prisão.
Se Renan for condenado pelos três crimes, a soma de suas
penas pode variar de 5 a 23 anos de cadeia, mais pagamento de multa a ser
estipulada pelo STF.
IMPROBIDADE.
O STF discute a parte criminal do caso. Em outra
frente, a Justiça Federal de Brasília abriu no ano
passado, ação contra o presidente do Senado na qual ele é
acusado de improbidade administrativa por receber propina da construtora Mendes
Júnior para pagar despesas pessoais.
A Procuradoria da República no Distrito Federal enviou
à Justiça, em 2014, uma ação de improbidade administrativa, afirmando que o
peemedebista recebeu propina da construtora Mendes Júnior para pagar despesas
que teve numa relação extraconjugal.
Na ação ainda é dito que Cláudio Gontijo, lobista da
Mendes Júnior, fazia os pagamentos para o peemedebista e que a construtora foi
beneficiada por emendas parlamentares apresentadas pelo Senador.
Se for condenado por improbidade, o presidente do
Senado pode ter que ressarcir os cofres públicos e até perder o cargo público.
LAVA JATO.
O presidente do Senado também é alvo de seis
inquéritos no Supremo que apuram seu suposto envolvimento com o esquema de
corrupção da Petrobras. Ele nega envolvimento com os desvios na estatal.
OUTRO LADO.
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