COMENTÁRIO
SCARCELA JORGE
O VILÃO DOS CORRUPTOS.
Nobres:
A sociedade brasileira está convicta que o (dês)
governo lulista direciona as suas ações para o lado de seus corruptos aliados,
obviamente “de costas para o povo”. Por ser indiferente ao clamor da população,
manifestado inequivocamente por organizações sociais e por lideranças do setor
produtivo, o governo federal está propondo elevar a alíquota da pretendida
Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), para repartir os
recursos arrecadados com Estados e municípios. Pretende, assim, dobrar
resistências políticas no Congresso à recriação do tributo. A questão é que os
contribuintes brasileiros não aceitam esse novo confisco, sob hipótese alguma,
e essa rejeição deveria ser levada em conta por gestores públicos de todas as
instâncias da federação e pelos legisladores. As razões para o rechaço, que o
Planalto insiste em ignorar, vão além da taxação maior: não há segurança de que
os valores arrecadados serão direcionados à saúde, nem que a contribuição será
efetivamente provisória. Os governantes, de maneira quase generalizada,
continuam gastando mais do que devem e tentam compensar seus déficits metendo a
mão no bolso de quem trabalha e produz. A CPMF não é bem-vinda, não pode passar
no Congresso. E os administradores públicos não podem continuar na contramão
dos cidadãos. No auge de uma crise econômica de conseqüências generalizadas,
servidores privilegiados em todos os poderes, nas três instâncias da federação,
seguem recebendo valores acima do teto constitucional. Bastaria a lei ser
cumprida para garantir uma economia bilionária, mas não é, e o Congresso hesita
em regulamentá-la. O Planalto e o Congresso precisam apelar mais para cortes de
gastos, embora a alternativa seja mais difícil do que taxar mais. Pelo menos,
poupariam os brasileiros dessa ameaça constante de forçá-los a arcar com mais
um imposto, num país habituado a desperdiçar recursos e a se preocupar pouco ou
quase nada com a qualidade dos serviços públicos prestados. Eis uma da
“contra-razão” e antipatia do povo.
Antônio
Scarcela Jorge.
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