COMENTÁRIO
SCARCELA JORGE
PÁTRIA SEM EDUCAÇÃO.
Nobres:
Neste emaranhado de contradições que está vivenciando
o Brasil em ter cedido à corrupção como todo elemento, “ensejou” em ter perdido
mais uma posição no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que
acaba de ser divulgado, posicionando-se em 75º lugar dentre 188 países, estando
inteiramente relacionado a umas das células causadoras que envolvem a
precariedade do ensino. Por esta razão, a educação é um dos três indicadores
que compõem esse indicador das Nações Unidas, ao lado da saúde e da renda. A
boa escolaridade, contudo, é decisiva para os dois outros requisitos. Afinal,
pessoas com boa formação técnico-acadêmica ganham mais, geram mais renda e são
mais instruídas quanto aos cuidados com a saúde. Assim, não é sem motivo que o
ensino público de qualidade seja considerado a grande base do desenvolvimento. Por
isso, é lamentável observar que estamos caminhando na direção contrária do que
apregoa o marketing oficial do governo. Na verdade, somos a Pátria “desedificadora”,
pois continuamos negligenciando o ensino público, de péssima qualidade, e ainda
se passam maus exemplos de cidadania e urbanidade aos nossos jovens, que
assistem diariamente aos espetáculos grotescos da corrupção, da incompetência,
do oportunismo político e dos “barracos” entre parlamentares e autoridades,
reproduzidos na mídia de todo o mundo, para o nosso constrangimento. Um dos
exemplos de nossa “deseducação” está em estudo da Organização para Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE), no qual o Brasil aparece em terceiro lugar
entre as nações que, proporcionalmente, mais destinam recursos à educação.
Seria ótimo não fosse à péssima qualidade da escola pública. Pode-se depreender
que o dinheiro está sendo mal aplicado, pois 17,2% dos gastos públicos
brasileiros são direcionados ao setor. No entanto, essa conta não fecha. E nem
aqui e nem ali! Vejamos: nosso
magistério, numa absurda distorção, é mal pago (um professor em início de
carreira no Brasil ganha cerca de 10 mil dólares por ano, menos da metade da
remuneração inicial dos docentes de países da OCDE); as escolas, com raras
exceções, estão malcuidadas; este ano, cortaram-se e se reduziram os programas
federais, estaduais e municipais de compras de livros para os alunos; as
universidades públicas estão vivendo graves crises orçamentárias. Assim, cabe
perguntar: o que está sendo feito com a terceira maior verba mundial do ensino
proporcional à arrecadação? Com um detalhe: temos uma das maiores cargas
tributárias do planeta! Tais impostos, aliás, contribuem muito para outro
indicador que conspira contra a escolaridade: os materiais escolares têm, em
média, alíquotas de tributos superiores a 40%, o que onera muito o seu preço.
Quem o País está educando? Quem se pensa que se está enganando. Nos conclusos
podemos dizer que os recursos oriundos dos tributos são “fantasticamente”
desviados para ações corruptas.
Antônio
Scarcela Jorge.
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