PF PEDE PRORROGAÇÃO DA PRISÃO DE MARQUETEIRO DO PT E MULHER.
Eles
foram detidos na 23ª fase da Lava Jato, chamada Operação Acarajé.
Pedido também vale para funcionária da Odebrecht, de acordo com a PF.
A
Polícia Federal (PF) pediu, nesta sexta-feira (26), a prorrogação por mais
cinco dias da prisão do marqueteiro João Santana, da mulher dele, Monica Moura,
e de Maria Lúcia Tavares, funcionária da Odebrecht.
A prisão temporária Maria Lúcia vence nesta
sexta-feira; as de Santana e Monica Moura, no sábado (27).
O juiz Sérgio Moro
havia solicitado às autoridades policiais e ao Ministério Público Federal
(MPF), na quinta-feira (25), para que se
manifestassem sobre a prisão do casal.
Os investigadores suspeitam que
Santana tenha recebido dinheiro oriundo do esquema de corrupção da Petrobras como
pagamento por serviços eleitorais prestados ao Partido dos Trabalhadores (PT). Maria Lúcia seria uma das responsáveis por repassar
dinheiro da Odebrecht.
Em depoimento à Polícia Federal, João Santana negou ter
recebido qualquer valor do trabalho nas campanhas presidenciais no Brasil nesta
conta no exterior.
O advogado que o representa, Fábio Tofic, afirma que
os trabalhos feitos no país foram declarados à Justiça Eleitoral.
Segundo a Polícia Federal, ainda há
muito material a ser analisado e, por isso, seria necessário manter o casal e a
funcionária presos.
"Devido ao grande volume de material apreendido,
apenas uma análise preliminar foi passível de ser realizada até o presente
momento.
Ainda que preliminar, a análise do material, aliadas às declarações
coletadas em sede policial, permite demonstrar a necessidade de prorrogação da
medida cautelar de prisão temporária em relação a parte dos investigados".
Parte deste recurso teria vindo de offshore vinculadas
a Odebrecht, que é investigada pela Lava Jato e tem executivos e funcionários
presos. Entre eles, o presidente afastado Marcelo Odebrecht.
“Os documentos analisados não só demonstram que Maria
Lúcia em algum grau gerenciava a contabilidade paralela da Odebrecht, destinada
ao pagamento de vantagens indevidas, mas também que Maria Lúcia tem pleno
conhecimento de que o codinome FEIRA, referido na planilha e também nas anotações
de Marcelo Bahia Odebrecht, se refere ao casal João Santana e Monica Moura”,
diz a Polícia Federal em documento que pede a prorrogação da prisão do trio.
Para embasar o pedido à Justiça Federal, os
procuradores mencionam uma planilha com sete pagamentos que somam R$ 4 milhões
da Odebrecht a Santana entre 24 de outubro e 7 de novembro de 2014.
De acordo com os investigadores, os valores foram
debitados de um saldo de origem ainda não esclarecida que eles acreditam ser à
margem da contabilidade oficial da Odebrecht.
A Polícia Federal diz chamar
atenção os valores e os períodos do pagamento.
"Chama a atenção não só a quantidade e os valores
vultuosos dos pagamentos feitos em favor de Feira, mas também o fato de que se
tratam de pagamentos recentes, realizados já posteriormente ao início da
Operação Lava Jato, e também posteriores à primeira medida de busca e apreensão
executada em sedes do Grupo Odebrecht no âmbito desta operação”.
Fonte: G1 – DF.
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