GRUPO DE MICHEL
TEMER REVÊ ESTRATÉGIA PARA APOIAR IMPEACHMENT.
Grupo do vice-presidente avalia entendimento
com o presidente do Senado, Renan Calheiros.
Impulsionada pela prisão do ex-marqueteiro do PT João
Santana, a retomada das discussões do impeachment da presidente Dilma Rousseff
pelo PMDB vai se der com uma nova estratégia. O grupo de o vice-presidente
Michel Temer avalia como vital um entendimento com o presidente do Senado,
Renan Calheiros (PMDB-AL). Além disso, acredita que é preciso atuar de forma
discreta, quase silenciosa, ao contrário do que ocorreu no semestre passado.
Para um interlocutor do grupo de Temer, "ninguém
quer queimar largada de novo". A avaliação é que o maior de todos os erros
foi apostar todas as fichas no presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Apesar do poder do cargo, a imagem que se consolidou é a de que ele usou o
pedido de impeachment para desviar a atenção dos processos que ele enfrenta no
Conselho de Ética e no Supremo Tribunal Federal (STF) por causa da Operação
Lava Jato.
O primeiro passo de reaproximação de Temer e Renan foi
dado na quinta-feira, quando os dois almoçaram no Palácio do Jaburu. Segundo
aliados de ambos, a conversa teve como principal pauta a formação da chapa
única que será apresentada na Convenção do PMDB. Na oportunidade, Temer deve
ser reconduzido como presidente da sigla - ele está no posto desde 2001. Desta
vez, porém, terá de abrir mais espaço para o PMDB do Senado.
Para um senador que é próximo tanto de Renan quanto de
Temer, antes de qualquer ação em torno do impeachment, é preciso garantir o
máximo de unidade possível dentro do partido. Segundo ele, houve uma
precipitação de Temer no semestre passado.
Ele não vai cometer os mesmos erros agora.
Em novembro do ano passado, houve estardalhaço no
lançamento de um conjunto de propostas econômicas do chamado "Plano
Temer". O documento foi elaborado pelo presidente da Fundação Ulysses
Guimarães, Moreira Franco, que chegou na oportunidade a usar hastag impeachment
ao tratar do assunto nas redes sociais. Neste ano, Moreira já adotou um tom
mais moderado.
Em entrevista ao Estado na semana passada, Moreira
disse que "o impeachment não é obra de uma pessoa de um partido e tampouco
do Congresso Nacional".
O impeachment é conseqüência de um ambiente na
sociedade de repulsa majoritária consolidada a uma situação posta dentro das
regras a Constituição.
Fonte: Agência Brasil.
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