MICHEL TEMER NEGA
ARTICULAÇÃO PELA SAÍDA DE DILMA ROUSSEFF.
Em campanha pela reeleição à frente do PMDB, o
vice-presidente da República, Michel Temer, declarou na segunda-feira, 15,
"jamais" ter sido articulador do impeachment da presidente Dilma
Rousseff.
"Jamais fui articulador de impeachment. Jamais disse uma palavra
em relação a esse assunto.
Por uma razão singela: é uma matéria do Congresso
Nacional. Não é uma matéria atinente ao Poder Executivo. De modo que nunca
disse uma palavra sobre isso. Continuo dizendo a mesma coisa. Não me meto nessa
história. Não entro nessa história. O Congresso Nacional vai achar o que deva
acontecer", afirmou o peemedebista, em Belo Horizonte.
Ao lado de lideranças nacionais do PMDB, Temer esteve
na capital mineira para pedir apoio à sua reeleição como presidente do partido
em evento com cerca de 500 correligionários da legenda. Horas depois, sua
comitiva viajou para Vitória (ES). Os peemedebistas mineiros entregaram ao vice,
documento de apoio à sua reeleição assinado por todos os delegados da sigla que
votarão no próximo dia 19.
Um dos assuntos da agenda de segunda-feira foi a
intenção de o partido lançar candidato à disputa presidencial em 2018.
"Dizer que o PMDB não tem poder político? Tem.
Temos maior número de
prefeitos, vereadores, deputados estaduais, deputados federais, senadores, a
presidência da Câmara, a presidência do Senado, modestamente, a
Vice-Presidência da República. Temos poder político. Mas precisamos é da
Presidência da República em 2018", disse Temer em discurso para os
correligionários.
'Em cima do
muro'.
Antes do encontro, na porta do hotel onde a reunião
foi realizada em Belo Horizonte, dez pessoas fizeram protesto contra a
presidente Dilma Rousseff e o próprio partido com faixa que dizia: "PMDB:
Puxadinho do PT".
Nos discursos, dirigentes do partido reforçaram a
mensagem.
"Precisamos deixar de ser o partido da governabilidade para ser
o partido que vai governar o País", afirmou o secretário-geral do PMDB
nacional, deputado federal Mauro Lopes (MG).
Para o presidente da Fundação Ulysses Guimarães,
Moreira Franco, que já foi ministro de Assuntos Estratégicos da Presidência da
República e também ministro da Secretaria de Aviação Civil no governo Dilma, o
PMDB não participa das decisões políticas do País. Para o ex-ministro, o
Partido precisa "sair de cima do muro".
O presidente estadual da sigla, o vice-governador
Antônio Andrade, afirmou "não entender o que se passa no governo
federal". O peemedebista alegou que o "jogavam contra" Michel
Temer quando o vice atuava como articulador do governo. "Parece que não
queriam o seu sucesso."
Ao final do encontro em Belo Horizonte, com Temer já
se despedindo, um correligionário do PMDB Afro interpelou o vice-presidente do
fundo do auditório e pediu que citasse o trabalho desenvolvido pelo grupo.
Até
aquele momento, depois de citar várias alas da legenda, ninguém da cúpula do
partido havia feito menção ao movimento negro que integra o partido. Temer
atendeu ao pedido e, na saída, parou para fazer fotos com o representante do
grupo.
'Dificuldade'.
Em Vitória, a sucessão presidencial de 2018 voltou a
ser assunto da agenda do vice-presidente. "Precisamos revelar toda
história do PMDB aos brasileiros.
Se não fosse nosso partido, no passado não
teríamos feito o Plano Real e o Brasil não teria saído da crise no passado, por
exemplo. Será uma eleição difícil, mas temos que mostrar a que viemos e ir não
ir só atrás de votos", ressaltou o peemedebista durante evento com
representantes e militantes do partido no Espírito Santo.
Fonte: O Estadão.
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