SÉRGIO MORO
AUTORIZA DESLOCAMENTO DE BUMLAI PARA FAZER NOVOS EXAMES
Segundo a Defesa, Bumlai tem apresentado novo quadro de glaucoma.
Juiz ordenou bateria de exames para evitar 'escolta parcelada'.
O juiz federal Sérgio Moro,
responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância, autorizou o
pedido da defesa para o deslocamento do pecuarista José Carlos Bumlai ao Hospital
Santa Cruz, em Curitiba, para a realização de novos exames médicos.
O despacho
do juiz foi publicado no sistema da Justiça Federal do Paraná nesta
terça-feira (9). O pedido dos advogados foi formalizado na sexta-feira (5).
Os exames complementares referem-se ao histórico de
"prurido, irritação e baixa acuidade visual". Os sintomas indicam probabilidade
de um novo quadro de glaucoma, segundo os advogados. "É importante
salientar que o não tratamento dessa doença pode trazer sérias conseqüências a
seu portador, inclusive a cegueira", alertou a defesa.
Os advogados de Bumlai devem marcar a data do
deslocamento e avisar com três dias de antecedência para a Justiça.
No dia 11 de
janeiro, Bumlai já tinha sido autorizado a fazer exames no mesmo
hospital após apresentar sangramento na urina. Neste dia, ele fez o exame de
urina e tomografia computadorizada do trato urológico, tomou medicamentos, e
retornou para a carceragem.
Desta vez, ao autorizar os exames com o oftalmologista
e urologista de Bumlai, Moro solicitou que a defesa concentre tudo em um único
dia. Moro também ordenou que seja feita uma bateria de exames porque é inviável
para a Polícia
Federal (PF) fazer escolta de forma parcelada.
"Observo, ainda, que a Polícia Federal possui
limitado recurso humano para a realização de escolta, o qual já está bastante
comprometido com o deslocamento rotineiro dos presos relacionados a assim
denominada Operação Lava Jato.
Assim, o ideal é que o custodiado, uma vez no
ambiente hospital, realize uma bateria de exames destinada a aferir a causa e a
real gravidade da sua situação de saúde", argumentou o juiz.
Bumlai foi
preso em novembro de 2015, na 21ª fase da Lava Jato, e foi transferido da
carceragem da PF para o Complexo Médico-Penal em Pinhais, na Região
Metropolitana de Curitiba. Ele reponde pelos crimes de corrupção passiva, gestão fraudulenta e
lavagem de dinheiro.
Em depoimento dado à Polícia Federal, no mês de
dezembro, o pecuarista confessou que houve fraude na quitação de um empréstimo de R$ 12
milhões feito por ele no Banco Schahin.
Ele disse também acreditar que o
dinheiro seria para pagar dívidas de campanha eleitoral em Campinas (SP) e para
"caixa 2" do PT.
Depoimentos
ligam Bumlai a sítio.
Depoimentos
dados ao Ministério Público de São Paulo, apontam que o pecuarista Bumlai e as
construtoras OAS e Odebrecht pagaram
pela reforma e pelos móveis do sítio em Atibaia, que era freqüentado pelo
ex-presidente Lula e sua família.
Bumlai é dono da Usina São Fernando, que, segundo
indicam os depoimentos, bancou parte da reforma do sítio.
Os depoimentos foram dados por profissionais
contratados para fazer a obra no sítio. Um deles é Adriano Fernandes dos Anjos,
ex-dono da Fernandes dos Anjos & Porto Montagem de Estruturas metálicas
Ltda. Ele contou aos promotores que prestava serviço para a usina de Bumlai e
que a usina o contratou para fazer uma estrutura metálica na casa do sítio em
Atibaia.
Dos Anjos afirmou que ficou na cidade de 30 a 40 dias
e que recebeu cerca de R$ 40 mil de mão de obra pelo serviço. O pagamento foi
feito pela Usina São Fernando por meio de depósito bancário. O sogro de dos
Anjos confirmou à reportagem que ele trabalhou na obra “por intermédio do
pessoal da usina” de Bumlai.
Fonte: G1 – PR.
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