PF APURA ESQUEMA DE FRAUDE NO CARF, LIGADO AO MINISTÉRIO DA FAZENDA.
16
pessoas já foram denunciadas; prejuízo estimado é de R$ 19 bilhões.
A Operação Zelotes foi deflagrada em março de 2015.
Inicialmente, apurava o
pagamento de propina a conselheiros do Conselho Administrativo de Recursos
Fiscais (Carf) para que multas aplicadas a empresas entre bancos, montadoras e
empreiteiras fossem reduzidas ou anuladas.
O Carf é um órgão do Ministério
da Fazenda responsável pelo julgamento de recursos de empresas
multadas pela Receita Federal.
Em outubro de 2015, a Zelotes também descobriu
indícios de venda de
Medidas Provisórias (MP) que prorrogavam incentivos fiscais a empresas do
setor automotivo.
Uma das empresas que atuava no Carf teria recebido R$
57 milhões de uma montadora entre 2009 e 2015 para aprovar emenda à Medida Provisória
471 de 2009, que rendeu a essa montadora benefícios fiscais de R$ 879,5
milhões. Junto ao Carf, a montadora deixou de pagar R$ 266 milhões.
Em 4 de dezembro, 16 pessoas suspeitas de participar
do esquema se tornaram réus depois que a Justiça Federal aceitou denúncia do Ministério
Público Federal no Distrito Federal.
Segundo a PF, mesmo depois do início da operação, as
investigações encontraram indícios de que os crimes continuaram a ser
cometidos.
A presidente Dilma Rousseff foi
indicada como testemunha de defesa de Eduardo Valadão, acusado de formação de
quadrilha, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e extorsão. Segundo a denúncia
do Ministério Público, ele atuava como lobista na SGR Consultoria Empresarial
Ltda, uma das investigadas na Zelotes.
Dilma comunicou à Justiça Federal não ter
“informação ou declaração a prestar” sobre a suposta venda de MPs durante
governos petistas.
O ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva foi ouvido pela Polícia Federal em janeiro
de 2016, na condição de colaborador. Ele afirmou que uma eventual
"combinação" do teor de uma Medida Provisória é "coisa de
bandido" e declarou que nunca recebeu lobistas nem propostas de vantagens
indevidas enquanto exerceu a Presidência da República.
Em 4 de fevereiro, a Polícia Federal informou que o
ex-presidente passou a investigado na Operação Zelotes. Segundo o
delegado Marlon Cajado, responsável pela investigação, o novo inquérito quer
determinar se as pessoas investigadas são vítimas ou estão associados ao
suposto esquema.
Fonte: G1 – DF.
Nenhum comentário:
Postar um comentário