E o mensalão?
Ninguém sabe ao certo quando recomeça o
julgamento do mensalão, justo na sua fase mais delicada - quem vai mesmo para a
cadeia e quanto tempo fica por lá. A sociedade brasileira é que não pode ficar
envergonhada por causa de alguns filhos patifes e ladrões, cada um correndo
atrás de 30 moedas para salvar o pescoço (e acabar pendurado na corda). Falta
atualizar todo o nosso apodrecido Código Penal (1946). O STF não faz a lei, mas
tem independência para fazê-la cumprir, doa no Dirceu que doer. A distância
moral e sapiente entre o ministro Joaquim Barbosa e os réus que ele condenou
vai a anos-luz. Que volte o mensalão. São mais de 200 milhões de brasileiros
preocupados com o esforço da Corte para que não fiquem impunes aqueles que nos
roubaram tanto, certos de que tudo fique na mesma. A expectativa é geral para
que não demore meses a guerra de talentos entre advogados de defesa e de
acusação, e não se reveja o surpreendente final de "Testemunha de
acusação" (1957), onde brilha um dos mais incríveis atores do cinema -
Charles Laughton, sem deixar de aplaudir outros dois monstros sagrados do
filme, Tyrone Power e Marlene Dietrich. Eu ando com saudades do gigantismo de
Joaquim Barbosa. Quando digo "eu", digo desse tipo de brasileiro notável
que só aparece por aqui como o cometa de Halley.
Texto da colunista Regina
Marshall
Fonte: DN.
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