COMENTÁRIO
SCARCELA JORGE
NÃO MERCANTILIZAR A EDUCAÇÃO
Nobres:
Mercantilizar
e não politizar o ensino público é retórico de muitos anos e o governo colocou supostamente
como legenda a ação tecnológica através do Ministério da Educação que em outra
prática, foi, durante muito tempo, simples peça no tabuleiro de alianças
políticas. Mesmo no regime militar, quando se fazia política nas sombras. A
teoria técnica em que a educação se apresentava a mesma metodologia em função
das ações políticas prioritárias por excelência. Na redemocratização, o
problema educacional se impôs ser o programo das ações tecnológicas, mas
direcionou concomitantemente para o plano da política. Mesmo assim se deu um
novo ânimo e inicialmente tomou uma ligeira formatação e, a partir de FHC,
formou-se um consenso sobre a importância estratégica do setor, Atingindo este
patamar o MEC, em alguns momentos, - mais e em outros menos-, passou a ser
gerido de forma implícita dentro de uma visão de Estado por sobre governos. Paulo
Renato Sousa, ministro de FHC criou o Provão: exame para mensurar a qualidade
de ensino universitário. A mesma linha de trabalho foi estendida, depois de
2003 com Lula e PT em Brasília. (Os leitores perceberam que os governos
petistas seguiram semelhante modelo de FHC em quase todas as áreas?) podemos
ressaltar que o Enade, nova sigla do Provão, Saeb, Enem, são testes cuja
filosofia se origina na década de 90, com a chegada dos tucanos ao poder. Se
com Paulo Renato a meta era quantitativa e universalizar a matricula no ensino fundamental:
- ela foi atingida. Já no final do segundo mandato de FHC ficava visível a
imperiosidade de os esforços serem dirigidos à melhoria de qualidade do ensino.
No primeiro mandato de Lula, o governo caiu no desvio da prioridade ao ensino
superior. Felizmente, no segundo, a bússola do Planalto mudou de direção e foi
lançado o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), marco zero do
imprescindível envolvimento do governo federal no ensino básico de
responsabilidade legal de estados e municípios. Hoje numa visão voltada para o
modernismo, Aloizio Mercadante recebeu o MEC de Fernando Haddad para dar
continuidade à missão de Estado de colocar a qualidade na escola da escola
pública, em 2020, no mesmo nível dos países da OCDE em 2003. Ao todo, são 20
metas pactuadas entre governo e sociedade, por meio de organizações sociais.
Mas é preciso aumentar a velocidade dos avanços. Mercadante defende a concessão
de bônus em dinheiro, com a fixação de metas, para escolas eficientes na
alfabetização. É boa política, por mais que sindicatos corporativistas reclamem.
Na questão dos gastos, o ministro precisa escapar das armadilhas de despesas
vistosas, boas para marketing, porém ineficazes de ponto de vista pedagógico. Os
projetos foram ampliados e “dinamizados” dentro de uma visão que seria
dispensável a ansiedade de prover os velhos costumes sempre intercalando ações
politiqueiras desde a base do ensino fundamental pelos municípios e o ensino
médio pelos estados, que recebe coordenação que se regra por determinação do
governo da união. O fator mais elementar do ensino é na área universitária,
onde a expansão e a interiorização das universidades onde conteúdos se
priorizam por quantidade, deixando obviamente a qualidade do ensino e a
consequente formação profissional onde se questiona ações dirigidas sem
consistência para realização de sistemas onde se experimenta modificações a
toda hora, desprezando a autenticidade necessária no sentido de situar conforme
as deslocações regionais pertinentes. Voltando
a essência da educação em termos de base no ensino regular, requer infraestrutura
em muitas escolas para os equipamentos, suporte técnico inexistente e treinamento
de professores deficiente e ainda imperada pelo mau gerenciamento das ações,
mesmo assim continua a cultura do desleixo e da irresponsabilidade.
Antônio
Scarcela Jorge.
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