segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

COMENTÁRIO - 25 DE FEVEREIRO DE 2013



COMENTÁRIO
 Scarcela Jorge

AINDA NÃO CAIU NO ESQUECIMENTO                         

NOBRES:
Há poucos meses (ensejando relembrar) - o ministro da Justiça - José Eduardo Cardozo, fez uma candente denúncia sobre as miseráveis condições em que vivem os quase 500 mil presos no país, a terceira maior população carcerária do mundo. Nessa recente data, em nota oficial, a direção nacional do PT investiu pesadamente contra a suprema corte, contra os paradigmas adotados em suas deliberações e, sobretudo, contra a sua submissão a uma imprensa partidarizada e sensacionalista. Contradizendo as referências alusivas ao tradicional esquecimento do povo, principalmente para as questões que envolvem políticos aliados à corrupção, desta maneira nos surpreendeu o elenco de iniciativas nada surpreendentes, convém destacar o pronunciamento caloroso, humanitário, do ministro Cardozo, naquela ocasião em que calou fundo e no médio prazo produzirá ações mais eficazes do que a política penitenciária dos governos na última década. ao contrário dos xiitas do seu partido, o ministro não entrou no mérito do julgamento, não o desqualificou nem contestou o Ministério Público ou o Judiciário, esteios da República. Entre outros méritos, sua fala teve o dom de relembrar a manifestação do antecessor, Tarso Genro, quando em 2005 (em seguida ao assombro causado pelas primeiras revelações do mensalão) teve a ousadia de propor a refundação do Partido dos Trabalhadores. Legítimo o desconforto do PT e de certas alas do governo federal diante do inédito rigor das condenações; compreensíveis sua perturbação e revolta ainda com relação a sua manifestação contra a suprema corte caracterizada pelo “mensalão” foi investir contra o colégio de magistrados onde milita uma maioria esmagadora de indicados por presidentes petistas, os indignados estão tentando emplacar uma noção de lealdade do tipo “toma lá, dá cá”, não muito distante da corrupção moral. Embora o ceticismo no tocante ao comportamento da imprensa seja sempre salutar, a nova ofensiva contra a imprensa é absolutamente descabida. Quem esteve escancarando o circo de horrores contido na Ação Penal 470 foi uma emissora estatal, a TV Justiça, cujo sinal é captado e reproduzido integralmente por uma emissora privada, a Globo News. A necessidade de tornar nosso Judiciário mais transparente é antiga reivindicação dos setores mais liberais e progressistas da nossa sociedade, inclusive do PT. A furiosa arremetida contra o STF parece coisa de ETs, habitantes do mundo da Lua que ignoram a aura de genuína admiração que envolveu não apenas o ministro relator e agora presidente Joaquim Barbosa, mas também os demais ministros e ministras, inclusive o imperturbável revisor Ricardo Lewandowski. Numa sociedade moldada pelas telenovelas, este elenco de sábios voltados para o bem público estabeleceu empatias inapagáveis.
Antônio Scarcela Jorge
 

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