terça-feira, 16 de outubro de 2012

PANORAMA NACIONAL



Compra de consciências

O Diretório Nacional do PT reuniu-se em São Paulo e ao fim do encontro divulgou nota na qual proclama o bom resultado do primeiro turno das eleições municipais e aproveita a oportunidade para criticar a ‘direita e a mídia’: "Nosso desempenho nas eleições municipais ganha ainda maior significado, quando temos em conta que ele foi obtido em meio a uma intensa campanha, promovida pela oposição de direita e seus aliados na mídia, cujo objetivo explícito é criminalizar o PT". Para a cúpula do PT, "setores conservadores" atuam com "intolerância". Acha que lhes sobra "hipocrisia", sendo in capazes de "conviver com a organização independente da classe trabalhadora brasileira". O texto revela que o PT ainda não conseguiu enxergar uma solução.

"É um projeto de poder que, muito mais do que a continuidade administrativa, é seca e rasamente continuísmo governamental"

Carlos Ayres Britto
Presidente do Supremo Tribunal Federal

Compra de apoio

Mas a verdade é que as notícias ruins estão chegando do Supremo Tribunal Federal, não exatamente da mídia. Dos dez ministros do STF, sete foram indicados por Lula e Dilma Rousseff. O problema não é exatamente a organização da classe trabalhadora. O presidente do STF, ministro Carlos Ayres Britto, foi o último a votar no processo que trata dos responsáveis pela compra de apoio político no Congresso. Ele mencionou o mensalão como um "golpe" contra a democracia e os mais caros valores democráticos.

Continuísmo

E prosseguiu: "Sob inspiração patrimonialista - velha, matreira e renitente - um projeto de poder foi arquitetado. Não um projeto de governo, que é lícito, quadrienal, é exposto em praça pública, mas um projeto de poder que vai muito além do quadriênio, um projeto quadrienalmente quadruplicado". Em seguida, definiu: "É um projeto de poder que, muito mais do que a continuidade administrativa, é seca e rasamente continuísmo governamental. Golpe, portanto, nesse conteúdo da democracia, que é a República".

E de consciência

Britto falou no montante movimentado pelo esquema R$ 153,75 milhões, em valores da época. Afirmou que, com tal dinheiro, foram compradas "consciências" nas duas casas do Congresso, com o objetivo de chegar a uma "coalizão argentária, pecuniarizada", na qual "os acordos se fazem à base de propina, de suborno, de corrupção". Advertiu que esse tipo de coalizão "é repudiada pela ordem jurídica do País, pelos seus efeitos superlativamente danosos para os valores mais cuidadosamente protegidos por essa mesma ordem jurídica".

Provado

O ministro Ayres Britto acompanhou o voto do ministro-relator Joaquim Barbosa, condenando por corrupção ativa o núcleo político do PT no escândalo - Dirceu, Genoíno e Delúbio - e aqueles que cuidavam da parte operacional da publicidade - Valério, Cristiano Paz, Ramon Hollerbach e Simone Vasconcelos. Acentuou que os elementos contidos nos autos não deixam dúvidas: "Esses fatos, esse entrelace de réus, de crimes, de figuras delituosas, esse imbricamento está documentado, está provado".

Fonte: A.N.


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