quarta-feira, 10 de outubro de 2012

COMENTÁRIO



COMENTÁRIO

DE CANDIDATO À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA  
À CONDENADO POR CORRUPÇÃO ATIVA


Fica mais que provado que optar por caminhos tortuosos não é a maneira coerente que possa galgar os degraus lícitos no sentido de chegar com excessiva “velocidade” ao supremo poder da nação. Reportemo-nos a longa trajetória de uma personalidade política que quase chegou aos pícaros da glória, conquistada antes por mérito, navegando pelas ondas da política  e que viu “ morrer na praia”.   Diante deste contexto afirmei a história da política nos anos sessenta. Do outro lado do regime se destacava a figura revolucionária de José Dirceu se tornou marcante naquele momento que o país evidenciava um processo de exceção da democracia, implantado pelo regime militar que perduraram os exatos 21 anos.  Ao ascender o poder sob o comando do seu fiel companheiro de luta o presidente Lula, aliado aos seus méritos foi nomeado Ministro Chefe da Casa Civil da Presidência da República, uma Pasta de comando político do governo da república no atual regime presidencialista.  - Esta “metamorfose” - se deu numa figura que imaginamos encaixaria no padrão ético antes, determinado pelo princípio de ideologia petista: ledo engano. Fruto de ações supostamente sob seu comando veio desmoronar toda projeção a ser colocada em pauta que naturalmente virou utopia. Em síntese: a condenação imposta nesta terça-feira pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que reconheceu o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu como chefe da organização criminosa que operou o mensalão, é mais um looping na biografia do petista, considerado o homem forte do começo do governo Lula. Aos 66 anos, Dirceu, que um dia sonhou e se preparou para ser presidente da República, se apronta para virar mártir do partido que ajudou a fundar. Para a militância, será o ícone de uma punição de contornos mais políticos do que jurídicos. Muito do culto reside na trajetória de Dirceu. Mineiro de Passa Quatro, migrou para São Paulo aos 15 anos, no começo da década de 60. Acadêmico de Direito, dono de vistosos e longos cabelos negros, virou uma espécie de pop star da esquerda. Era vigiado pela polícia, andava sempre armado, evitava dormir na mesma casa, porém acabou preso durante o 30º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE). Dirceu passou um ano detido, foi solto na troca de presos políticos pelo fim do sequestro do embaixador norte-americano Charles Elbrick. Exilado em Cuba, aprendeu técnicas de guerrilha, fez uma cirurgia plástica para mudar as feições do rosto, voltou ao Brasil, regressou a Cuba e voltou ao Brasil na clandestinidade. - De óculos e bigode, Dirceu se ocultou em Cruzeiro do Oeste, interior do Paraná. Adotou o nome de Carlos Henrique, casou-se, mas só revelou a verdadeira identidade à mulher em 1979, com a anistia. Deixou a família, desfez a cirurgia plástica, fundou o PT. Virou uma figura histórica da legenda. Deputado estadual e federal presidiu a sigla, coordenou a vitoriosa campanha presidencial de Lula. O desenrolar dos fatos nos faz rogar à sintetizar; que se encerra mais uma vez um dos episódios escandalosos que fazem da roubalheira um estilo padronizado do político brasileiro, que se hoje se orgulha de ser ladrão.
Antônio Scarcela Jorge


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